O JPMorgan tornou-se o segundo banco em pouco mais de uma semana a rebaixar sua recomendação sobre as ações brasileiras, citando um déficit orçamentário crescente e a perspectiva de taxas de juros mais altas.
Os estrategistas liderados por Emy Shayo reduziram o Brasil de overweight (acima do preço) para neutro. Em 18 de novembro, o Morgan Stanley rebaixou a classe de ativos para underweight (abaixo do preço), citando os mesmos riscos.
O rebaixamento ocorre no momento em que o governo continua adiando o anúncio dos cortes de gastos, aumentando a preocupação com o momento e o tamanho do pacote. O atraso foi tão grande que Shayo diz que será difícil conseguir a aprovação do Congresso este ano. E, quando for aprovado, as medidas de gastos provavelmente serão diluídas, acrescentou ela.
“Embora possa haver um esforço para manter o controle dos gastos, essa é uma proposta muito difícil hoje, considerando a falta de apoio geral na administração”, disse Shayo. “Seria ambicioso demais esperar mudanças estruturais que permitiriam a estabilização da dívida em um futuro próximo.”
O JPMorgan também elevou o rating das ações mexicanas para overweight, pois está otimista em relação ao plano orçamentário do governo e ao ciclo de flexibilização em curso no país. Embora as avaliações pareçam muito atraentes e o posicionamento leve em ambos os mercados, Shayo disse que as ações mexicanas têm mais vantagens pela frente.
“O México merece o benefício da dúvida”, disse ela.
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Sobre as ameaças tarifárias de Donald Trump, o JPMorgan continua a ver riscos baixos de um amplo imposto de importação sobre o México, dizendo que seus últimos comentários sobre a imposição de uma tarifa de 25% sobre as importações do Canadá e do México removeram o “elefante na sala logo no início”.
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