O Banco Central anunciou que fará novo leilão de dólares com compromisso de recompra na segunda-feira (16), quando serão ofertados US$ 3 bilhões ao mercado no que será o terceiro pregão consecutivo com intervenções no câmbio.
Em comunicado divulgado na sexta (13), o BC afirmou que as propostas para o leilão de linha serão acolhidas das 10h20 às 10h25 de segunda-feira. As operações de venda da autarquia serão liquidadas na quarta-feira (18) e as operações de compra, em 6 de março de 2025.
Na quinta-feira (12), o BC já havia vendido US$ 4 bilhões em dois leilões de linha. Mais cedo nesta sexta, foram vendidos mais US$ 845 milhões em um leilão à vista, sem compromisso de recompra.
A despeito das atuações da autoridade monetária, o dólar fechou em alta nessas duas sessões, mesmo após o Comitê de Política Monetária ter aprovado na noite de quarta-feira uma elevação de 1 ponto percentual dos juros, para 12,25% ao ano, e anunciado a intenção de aprovar duas altas da mesma magnitude nas próximas reuniões.
Em tese, quanto maior o juro, maior a atratividade para investimentos estrrangeiros, o que tende a estimular a entrada de dólares, mas operadores de mercado têm argumentando que preocupações com a sustentabilidade da dívida pública têm afastado investidores.
LEIA MAIS: Por que o juro parece não fazer cócegas na inflação
No leilão à vista desta sexta-feira, o BC informou que foram aceitas 9 propostas entre às 14h41 e 14h46, com uma taxa de corte nas vendas de R$ 6,02 por dólar. No comunicado com o anúncio do leilão, a autoridade monetária disse que o lote mínimo seria de US$ 1 milhão.
A autarquia não mencionou o motivo para a realização do leilão, que contribuiu para desacelerar a alta do dólar na sessão.
O último leilão de dólares à vista — que não tem compromisso de recompra –, havia ocorrido no fim de agosto, quando o BC vendeu US$ 1,5 bilhão. Na ocasião, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que a operação ocorrera por um “fluxo atípico” de dólares decorrente de um rebalanceamento de índice do mercado.
Os membros da autarquia têm afirmado repetidamente que as intervenções no câmbio ocorrem apenas em casos de disfuncionalidade ou para fazer frente a fluxos atípicos.
Antes da realização do leilão nesta sexta, a moeda norte-americana subia mais de 1%, acima dos R$ 6,07, em meio ao pessimismo do mercado com o cenário fiscal, em que há dúvidas sobre o compromisso do governo com o equilíbrio das contas públicas e sobre a tramitação do pacote fiscal no Congresso.
Durante o leilão nesta tarde, a alta do dólar desacelerou bruscamente e quase devolveu todos os ganhos da sessão, chegando a rondar a estabilidade ante o real, antes de voltar a subir.
O dólar à vista encerrou o dia em alta de 0,28%, cotado a 6,0295 reais. Na semana, a moeda dos Estados Unidos teve perda de 0,78%.
Veja também
- De R$ 10 milhões para cima: Gafisa centra foco em imóveis de ‘luxo absoluto’ para 2025
- No day after do Copom, bolsa tem queda forte e dólar volta a subir
- CCR supera Pátria e EPR e leva pacote de rodovias do Paraná
- Às vésperas de mais uma alta do juro, dólar bate novo recorde: R$ 6,082
- Dona do Ozempic anuncia mais R$ 500 milhões em investimentos em fábrica de Minas Gerais