O empresário Nelson Tanure está com caminho livre para assumir o comando da rede de supermercados Dia. Na última sexta-feira (27), o investidor, por meio de seu fundo Arila, obteve autorização do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para prosseguir com a transação.
O Dia, que está em recuperação judicial desde março, foi comprado por um outro fundo de investimento, chamado Lyra II, no fim de maio por valor simbólico para que este tocasse a reestruturação de uma dívida de mais de R$ 1 bilhão. Desde então, a rede promoveu fechamento de lojas e mudança na sua estrutura, encaminhando a venda para o fundo ligado a Nelson Tanure no início deste mês.
Com a troca de comando aprovada, Tanure avança em uma de suas etapas para um plano maior: o de encaminhar uma fusão do Dia com o GPA, conforme noticiou a Bloomberg. À época, uma fonte próxima ao empresário afirmou que, com a autorização do Cade, o investidor poderia apresentar uma proposta de fusão ainda no primeiro trimestre de 2025.
Nelson Tanure já teria comprado uma participação de cerca de 9% do GPA – vale destacar, no entanto, que o empresário tem como característica utilizar fundos de investimento para realizar suas operações, o que torna difícil saber por qual veículo a compra teria sido feita. Há poucos dias, a gestora Reag informou ao GPA que fundos cuidados por ela teriam alcançado uma participação de 9,56% na empresa. Questionados, nem GPA e nem Reag revelaram quem seria o investidor por trás desse fundo – Tanure muito menos se manifestou.
Conhecido por assumir empresas com necessidade de reestruturação – Light, Alliança e Gafisa são algumas delas – Tanure tenta agora avançar no varejo. Pessoas próximas ao empresário divulgaram na imprensa a intenção de criar um grande grupo varejista com foco maior em São Paulo, principal área de atuação do Dia, que tem mais de 244 lojas no Estado, somando-se a outras 700 unidades do GPA pelo Brasil.