Lula disse nesta quinta-feira (30) que se Donald Trump decidir impor tarifas de importação sobre produtos brasileiros, o Brasil vai responder com reciprocidade e aplicar taxas sobre os produtos americanos.
“Se ele (Trump) taxar os produtos brasileiros, haverá reciprocidade do Brasil. Simples, não tem nenhuma dificuldade”, disse Lula em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto.
O Brasil teve um pequeno déficit comercial com os Estados Unidos, de US$ 254 milhões, no ano passado, o que tem, por enquanto, deixado o país de fora do radar das ameaças de imposições de tarifas por Trump.
Em seu primeiro mandato, no entanto, o presidente americano impôs tarifas ao aço brasileiro, e já citou o país nominalmente como possível alvo de suas tarifas.
Nesta semana, Trump disse que o Brasil estava na lista de países que querem “prejudicar os EUA”, junto a economias como Índia e China.
Lula foi questionado na entrevista como ficava a relação do Brasil com os Estados Unidos diante de ameaças que tem vindo do novo presidente americano, e afirmou que é uma relação de chefe de Estado para chefe de Estado.
“Trump foi eleito para governar os Estados Unidos, eu fui eleito para governar o Brasil. Eu quero respeitar os Estados Unidos e quero que Trump respeite o Brasil”, disse.
O presidente revelou ter enviado uma carta ao governo americano pela vitória de Trump, mas disse que não houve contatos diretos ainda e, acrescentou, não há previsão de isso acontecer em um futuro próximo.
“Não há nenhum interesse agora, nem meu nem dele. Essas conversas só acontecem quando tem um interesse, alguma coisa para tratar. Eu mandei uma carta para o governo americano dando os parabéns e é isso”, afirmou.
Lula disse que existe uma possibilidade de os dois líderes se encontraram na reunião de cúpula G7, se Lula for convidado, ou na Organização das Nações Unidas (ONU), mas ressaltou: “Isso se ele não desistir da ONU também”.
O presidente criticou a decisão do governo norte-americano de deixar o Acordo de Paris e se retirar da Organização Mundial de Saúde (OMS).
“Sair do Acordo de Paris e tirar dinheiro da OMS é uma regressão”, disse.