O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adiará tarifas sobre as importações canadenses por pelo menos 30 dias, disse o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, em um post no X na noite desta segunda-feira (3). “As tarifas propostas estão suspensas por pelo menos 30 dias enquanto trabalhamos juntos”, disse ele.

Mais cedo, segundo a CNN, o presidente americano afirmou a jornalistas que a conversa com Trudeau tinha sido “muito boa”, mas não antecipou se os dois chefes de Estado haviam chegado a um acordo.

“Acabei de ter uma boa ligação com o Presidente Trump. O Canadá está implementando nosso plano de fronteira de 1,3 bilhões de dólares — reforçando a fronteira com novos helicópteros, tecnologia e pessoal, coordenação aprimorada com nossos parceiros americanos e recursos aumentados para impedir o fluxo de fentanil. Quase 10 mil pessoas na linha de frente estão e continuarão trabalhando na proteção da fronteira”, afirmou o primeiro-ministro canadense, por meio da rede social.

“Além disso, o Canadá está assumindo novos compromissos para nomear um ‘czar do fentanil’, classificaremos os cartéis como terroristas, garantiremos vigilância 24/7 na fronteira, lançaremos uma Força-Tarefa Conjunta Canadá-EUA para combater o crime organizado, o fentanil e a lavagem de dinheiro. Também assinei uma nova diretiva de inteligência sobre crime organizado e fentanil e a apoiaremos com 200 milhões de dólares.”

Acordo México-EUA

No início da tarde desta segunda, Trump também concordou em suspender temporariamente as tarifas sobre o México. Segundo a presidente do México, Claudia Sheinbaum, afirmou também via X, “as tarifas foram suspensas por um mês a partir de agora”.

A contrapartida oferecida pelo México foi um compromisso de reforçar a fronteira norte com 10 mil integrantes da Guarda Nacional de forma imediata para evitar o tráfico de drogas do México para os EUA, especialmente de fentanil.

Já o governo americano se comprometeu a trabalhar para evitar o tráfico de armas de alto poder para o México.

Durante o próximo mês, os dois países vão criar grupos de trabalho para discutir como aprimorar a atuação na fronteira.

Guerra comercial

No sábado (1º), o presidente americano Donald Trump assinou ordens executivas para impor novas tarifas. No caso do México, foi definida a alíquota de 25% sobre todos os produtos importados.

Para o Canadá, a alíquota de 25% vale para todos os produtos, com exceção dos produtos do setor de energia, como petróleo e gás, já que os EUA são fortemente dependentes desses recursos canadenses.

Para a China, a regra é de 10% em tarifas adicionais. Ou seja, as tarifas que já existiam anteriormente para setores específicos (algumas criadas no primeiro governo Trump e outras, no governo do democrata Joe Biden), continuam valendo.

Diante disso, Claudia Sheinbaum ameaçou os Estados Unidos com medidas retaliatórias tarifárias e não tarifárias contra os Estados Unidos, e pediu que seu alto escalão partisse para um Plano B.

Também no sábado, o Canadá anunciou tarifas retaliatórias de 25% para todos os produtos que importa dos Estados Unidos. Uma parte delas entrará em vigor na terça, e as demais começarão a valer em três semanas — o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, afirmou que o período serviria para que os empresários do Canadá tivessem tempo de achar alternativas.

Já a China afirmou, neste domingo, que vai denunciar os EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC) pelo que considerou uma “violação grave” das regras internacionais de comércio, e que “tomará medidas de contração correspondentes para defender firmemente seus próprios direitos e interesses”, sem entrar em detalhes.