O principal índice de ações da bolsa de Buenos Aires, S&P Merval, caia quase 6% nesta segunda-feira (17), depois que o presidente da Argentina, Javier Milei, elogiou uma criptomoeda chamada LIBRA que, logo depois, sofreu forte desvalorização.
Após a moeda digital despencar, Milei excluiu sua publicação na rede social X que recomendava a compra do ativo e disse que não tinha nenhuma relação com ela.
Porém, parlamentares da oposição disseram que o presidente argentino pode enfrentar um julgamento de impeachment no Congresso.
O nome do token parece ser uma referência ao partido político de Milei, La Libertad Avanza, ou às suas raízes libertárias como economista. Milei disse à Bloomberg que se encontrou com a empresa responsável pela moeda, a KIP Protocol, meses atrás.
O site da empresa contém um post no blog mostrando uma selfie de seu cofundador com o presidente argentino fazendo um sinal de positivo, datada de 20 de outubro.
Os argentinos imediatamente começaram a especular se as redes sociais do presidente haviam sido hackeadas ou se o próprio Milei havia sido enganado por golpistas de criptomoedas.
Notas da comunidade publicadas na plataforma X — rede social de propriedade do aliado de Milei, Elon Musk — alertaram os usuários sobre o token. Golpes de criptomoedas, muitas vezes chamados de “rug pulls”, são comuns nas redes sociais.
Milei apagou a postagem original cinco horas depois, afirmando que “não estava ciente dos detalhes do projeto e, após tomar conhecimento, decidi não continuar divulgando.”
Milei concluiu sua postagem inicial promovendo o token de criptomoeda com a frase “o mundo quer investir na Argentina”, finalizando com seu bordão característico: “Viva la libertad, carajo!”