A Petrobras obteve na véspera licença do órgão ambiental do Amapá para operação de um centro veterinário na cidade de Oiapoque, parte do processo de licenciamento que visa a perfuração de um poço exploratório em águas ultraprofundas da Bacia da Foz do Rio Amazonas.

A construção da chamada Unidade de Atendimento e Reabilitação de fauna é tida pela Petrobras como a última exigência a ser atendida para que possa obter aprovação para a perfuração, que visa buscar petróleo na área.

A instalação funciona como uma espécie de hospital para fauna e conta com ambulatório, salas de estabilização, atendimento, centro cirúrgico e outros espaços dedicados a atender aves, mamíferos marinhos, tartarugas, golfinhos e peixes-boi.

“Para início da operação no Oiapoque ainda é necessária a realização de inspeção pelo Ibama”, disse a Petrobras, adicionando que informou ao órgão regulador que a instalação está disponível para vistoria a partir da segunda-feira.

A companhia ressaltou que a unidade do Amapá funcionará em sinergia com o Centro de Despetrolização e Reabilitação da fauna já instalado em Belém, no Pará.

A Bacia da Foz do Rio Amazonas é considerada a mais promissora para descobertas de petróleo em toda a Margem Equatorial brasileira, região que vai do Rio Grande do Norte ao Amapá, que tem grande potencial para a abertura de uma nova fronteira exploratória no Brasil, mas enormes desafios socioambientais.

O Ibama já negou a licença para a Petrobras em maio de 2023, mas a empresa fez mudanças nos seus planos e apresentou um pedido de reconsideração.

Antes mesmo da conclusão do centro para animais, em fevereiro, técnicos do Ibama recomendaram que o órgão negue autorização para a Petrobras realizar a perfuração na Bacia da Foz do Amazonas, segundo fontes familiarizadas com o assunto. Mas o órgão ainda não tomou uma decisão final sobre o tema.