A Marfrig anunciou a incorporação das ações que ainda não possui da BRF, maior produtora brasileira de frango. Atualmente, a companhia do empresário Marcos Molina possui 50,49% das ações da empresa.
A transação foi anunciada na quinta-feira (15), e finalmente unirá as duas empresas em uma única operação que vai rivalizar com alguns dos maiores fornecedores de alimentos do mundo. As assembleias gerais extraordinárias para oficializar a fusão estão marcadas para o dia 18 de junho.
A decisão, porém, é de Marcos Molina, já que ele tem 70% da Marfrig e o frigorífico tem 50,5% na BRF. A nova empresa vai se chamar MBRF.
Cada papel da BRF vai virar 0,85 ação da nova empresa. A participação de Molina, aí, cai de 72% para 41%, já que o valor de mercado da BRF (R$ 35 bi) é bem maior que o da Marfrig (R$ 18 bi).
A BRF pagará R$ 3,5 bilhões em dividendos (R$ 2,10/ação) e a Marfrig, R$ 2,5 bi (R$ 2;90 por ação). A ideia é fazer um afago aos minoritários, mostrando que a oferta é amigável.
A estrutura ficaria semelhante à da JBS, da família Batista, que mantém todas as suas operações de carnes, entre elas a Seara, sob o mesmo grupo.
A mudança ocorre quatro anos depois que o magnata brasileiro da carne, Marcos Molina, iniciou uma investida para assumir o controle da BRF, que incluiu compras agressivas de ações a preços baixos.
A aposta valeu a pena, já que a unidade se beneficiou de uma bonança no mercado de frango, que impulsionou seus lucros e aumentou a perspectiva de pagamentos de dividendos expressivos. A BRF irá pagar R$ 3,5 bilhões em dividendos e a Marfrig irá distribuir R$ 2,5 bilhões, disse uma das pessoas.
O acesso mais fácil à robusta geração de caixa da BRF provavelmente ajudaria a Marfrig a superar a grave escassez de gado que tem aniquilado os lucros de sua operação de carne bovina nos EUA.
A Marfrig foi avaliada em 8,3 vezes seu valor empresarial em relação aos lucros projetados antes de itens como juros e impostos, o que é quase o dobro da avaliação das ações da BRF, dando à empresa de Marcos Molina uma vantagem.
