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Os EUA estão ficando para trás na corrida pela energia elétrica em relação aos países em desenvolvimento da Ásia — e essa lacuna pode aumentar se os legisladores decidirem adicionar impostos sobre novos parques solares e eólicos para financiar os cortes de impostos do presidente Donald Trump.

Um novo relatório do think tank de energia limpa Ember constata que países como Vietnã e Bangladesh estão aumentando a participação de eletricidade na matriz energética total mais rapidamente do que os EUA.

Desde 2000, a China dobrou a participação da energia elétrica como proporção da energia primária para quase um quarto, enquanto os EUA e a Europa estagnaram.

“A eletrificação é a corrida mais feroz para os países que buscam o crescimento de suas economias”, afirma Daan Walter, pesquisador da Ember.

Redução de custo da energia elétrica

“A eletricidade não ajuda apenas a aumentar a eficiência e reduzir os custos operacionais“, afirma Walter. Os setores que apoiam a energia elétrica, como a indústria de carros elétricos e a instalação de bombas de calor, também estão crescendo mais rapidamente do que outros setores.

Algumas economias asiáticas dependem da eletricidade para uma parcela maior de suas necessidades energéticas do que muitos países desenvolvidos.

O relatório surge enquanto o Senado dos EUA continua debatendo um projeto de lei sobre impostos e gastos. Um grupo de senadores republicanos está pressionando para suavizar o plano agressivo de eliminação gradual de subsídios para projetos eólicos e solares previsto no pacote.

Uma emenda em circulação também eliminaria um novo imposto especial de consumo proposto pelo projeto de lei do Senado sobre projetos eólicos e solares que utilizam componentes da China e de outras “entidades estrangeiras de interesse”.

“Um enorme erro estratégico está sendo cometido agora para danificar a energia solar e bateria, o que deixará os Estados Unidos extremamente vulneráveis“, disse Elon Musk, antigo aliado de Trump e CEO da Tesla, em sua plataforma de mídia social X no último domingo. Se o rascunho do projeto de lei tributária de Trump se tornar lei, acrescentou, “destruirá milhões de empregos nos Estados Unidos”.

Demanda por energia elétrica

A maioria dos países asiáticos importa combustíveis fósseis, o que torna a eletrificação e a adição de energias renováveis ​​um imperativo econômico. Como o maior produtor mundial de petróleo e gás natural, os EUA aparentemente não têm os mesmos incentivos econômicos.

E, no entanto, a demanda por eletricidade do país está se tornando mais difícil de atender, com o consumo de energia dos data centers por inteligência artificial em ascensão. A escassez de equipamentos e pessoas, juntamente com os obstáculos regulatórios, está dificultando o fornecimento de energia.

Atender à crescente demanda por energia está pressionando as economias asiáticas, mesmo fora da China, a desenvolver o setor de manufatura de equipamentos básicos para a rede, como transformadores e cabos. Vietnã e Indonésia ocupam posições de destaque no relatório da Ember sobre países que estão se eletrificando rapidamente, enquanto outros, como Índia, Paquistão e Sri Lanka, estão superando a participação da energia solar e eólica na matriz energética.

Walter afirmou que o atraso na eletrificação representa uma oportunidade perdida para os países desenvolvidos. “As energias renováveis ​​podem tornar a eletricidade mais barata”, afirmou. “A eletrificação moderniza as tecnologias cotidianas das quais as famílias dependem — carros, sistemas de aquecimento e controle — e gera economia.”