A Shein protocolou recentemente um prospecto preliminar na bolsa de valores de Hong Kong, disseram as fontes, que pediram anonimato porque o assunto é privado. As considerações estão em andamento e nenhuma decisão final foi tomada, segundo as fontes. Elas acrescentaram que detalhes como o momento e o tamanho da oferta ainda não estão definidos.
Um representante da Shein não respondeu a um pedido de comentário.
Outros veículos de comunicação, incluindo a Reuters e o Financial Times, noticiaram anteriormente os planos da empresa para o pedido confidencial.
Mudança para Hong Kong
A Shein considera transferir o planejado IPO de Londres para Hong Kong. É a mais recente reviravolta na turbulenta tentativa da varejista de fast-fashion de abrir capital, informou a Bloomberg News em maio. A Shein e os assessores mudaram o foco porque o processo de aprovação com os reguladores chineses para a proposta de listagem em Londres se arrastava, afirmaram as pessoas familiarizadas com o assunto.
Embora Hong Kong tenha permitido que empresas protocolem os pedidos confidencialmente por anos — o Alibaba Group fez isso em 2019 —, esses pedidos são raros e geralmente reservados para empresas já listadas em uma grande bolsa em outro lugar. A bolsa começou a permitir que empresas do setor de tecnologia e biotecnologia registrem os IPOs confidencialmente este ano, o que evita a necessidade de divulgações públicas até uma data mais próxima da listagem.
A varejista de roupas, fundada na China continental, mas com sede em Singapura, ainda precisa da aprovação dos órgãos reguladores chineses para prosseguir com a oferta em Hong Kong. A Shein tinha inicialmente como objetivo um IPO nos EUA, mas isso foi frustrado em meio ao escrutínio de sua cadeia de suprimentos e práticas trabalhistas.
Se for listada em Hong Kong, representará a mais recente vitória para o centro financeiro asiático, que registra o melhor ano em vendas de ações desde o auge de 2021.
A Shein, que já foi avaliada em até US$ 100 bilhões, viu seu valor de mercado cair constantemente em meio à crescente concorrência de rivais, como a Temu, e à incerteza sobre o quanto as tarifas afetariam os negócios. A empresa estava sob pressão de acionistas para reduzir o valuation para cerca de US$ 30 bilhões anteriormente neste ano para viabilizar a listagem, noticiou a Bloomberg News. Os investidores da Shein incluem o IDG Capital, Mubadala Investment, Tiger Global Management e HSG, anteriormente conhecida como Sequoia Capital China.