A fabricante dos chocolates Hershey’s e dos Reese’s Peanut Butter Cups, com sede na Pensilvânia, informou aos seus varejistas na semana passada que implementaria um aumento de preços de aproximadamente dois dígitos, informaram executivos da empresa nesta terça-feira (22).
Esse aumento reflete um preço de tabela mais alto, bem como ajustes no peso e no número de doces por pacote, uma prática conhecida como shrinkflation.
“Essa mudança não está relacionada a tarifas ou políticas comerciais”, disse Andrew Archambault, presidente de confeitaria da Hershey nos EUA, em um comunicado. “Ela reflete a realidade do aumento dos custos dos ingredientes, incluindo o custo sem precedentes do cacau.” A empresa já havia anunciado um aumento de preços há um ano.
Cacau mais caro
O preço do cacau disparou nos últimos dois anos, devido à escassez de oferta devido a doenças e ao mau tempo na Costa do Marfim e em Gana, que geralmente respondem por mais de 60% do fornecimento global. Os preços futuros do cacau mais que dobraram e atingiram um recorde em dezembro, afetando a indústria de chocolate.
Os preços futuros do cacau caíram desde então, com a melhora da produção global e a queda da demanda, mas os custos permanecem altos, acima dos níveis históricos.
A fabricante suíça de chocolates Lindt & Spruengli aumentou os preços em quase 16% no primeiro semestre deste ano, e seu diretor executivo afirmou esperar que a inflação do cacau continue no próximo ano.
Outras empresas alimentícias, incluindo a Conagra Brands, afirmaram que as tarifas aumentaram seus custos de fornecimento, incluindo para aço e alumínio em folha-de-flandres.
Em maio, a Hershey anunciou que previa entre US$ 15 milhões e US$ 20 milhões em custos tarifários no segundo trimestre. A fabricante de doces solicitou ao governo dos EUA uma isenção tarifária sobre o cacau e ainda tem esperança de obtê-la, segundo alguns executivos da empresa.
