A Audi, marca premium da montadora alemã Volkswagen, reduziu sua previsão para o ano inteiro nesta segunda-feira (28), citando o impacto das tarifas de importação mais altas dos EUA e os custos de reestruturação em andamento.

A empresa sediada em Ingolstadt agora espera receita entre 65 bilhões de euros e 70 bilhões de euros, abaixo de sua meta anterior de 67,5 bilhões de euros a 72,5 bilhões de euros.

A Audi também reduziu sua previsão de margem operacional para 5% a 7%, em comparação com a faixa anterior de 7% a 9%.

A diretoria da Audi informou também que ainda está avaliando as implicações do acordo comercial firmado entre os Estados Unidos e a União Europeia no domingo (27).

O acordo estabeleceu uma tarifa básica de 15% para os Estados Unidos sobre as importações da União Europeia, incluindo automóveis, que anteriormente estavam sujeitos a taxas alfandegárias de 27,5%.

“Caso a tarifa de 15% permaneça em vigor no longo prazo, ela ainda colocará a Audi em desvantagem competitiva, porque seus principais pares têm uma produção mais pronunciada nos EUA”, disse Fabio Hoelscher, analista da Warburg Research.

Audi mais exposta

A Audi está entre as montadoras mais expostas às tarifas americanas, pois a fábrica não possui instalações nos Estados Unidos.

Embora o acordo forneça clareza sobre o novo regime tarifário, permitindo um melhor planejamento operacional e estratégico, a taxa de 15% ainda representa uma mudança estrutural em relação à taxa de 2,5% antes da posse do presidente dos EUA, Donald Trump, informou Pal Skirta, analista de ações da Metzler Equities.

Isso faz com que as montadoras alemãs enfrentem tarifas americanas persistentemente mais altas sobre suas exportações e desafios de competitividade de longo prazo, disse ele.

O Grupo Volkswagen também cortou sua orientação para o ano inteiro, depois de sofrer um impacto tarifário de US$ 1,5 bilhão no primeiro semestre de 2025.