A Meta Platforms superou as projeções de receita para o segundo trimestre e divulgou uma previsão acima do esperado para o próximo período — um sinal de que o negócio de publicidade da empresa continua crescendo rápido o suficiente para sustentar seus gastos agressivos com inteligência artificial.

As ações subiram até 10% no after-market. A empresa disse, em comunicado nesta quarta-feira (30), que espera uma receita entre US$ 47,5 bilhões e US$ 50,5 bilhões no terceiro trimestre — com a mediana superando a estimativa média dos analistas, de US$ 46,2 bilhões. No segundo trimestre, a receita foi de US$ 47,5 bilhões.

A Meta também elevou a estimativa mínima de seus gastos de capital em 2025, refletindo os investimentos intensos em talentos, infraestrutura, data centers e energia necessários para disputar espaço na corrida pela IA. A empresa agora prevê investir entre US$ 66 bilhões e US$ 72 bilhões neste ano — valor já ajustado para cima em abril devido a disputas comerciais e gastos com IA.

Antes do anúncio, as ações da Meta já acumulavam alta de 18,7% em 2025.

O CEO Mark Zuckerberg está investindo em novos data centers e atraindo os melhores pesquisadores de IA com pacotes de remuneração avaliados em centenas de milhões de dólares, segundo a Bloomberg. A empresa reestruturou recentemente sua divisão de inteligência artificial, agora chamada Meta Superintelligence Labs, com o objetivo de desenvolver uma IA com capacidades próximas às humanas. O grupo é liderado por Alexandr Wang, ex-CEO da Scale AI, que entrou na Meta em junho, após Zuckerberg comprar 49% da empresa por US$ 14,3 bilhões.

Zuckerberg declarou que a publicidade consistente da Meta permite gastar pesado para ampliar sua fatia no mercado de IA:

“Acredito profundamente em construir uma superinteligência pessoal para todos”, disse ele em vídeo postado no Instagram. “Na Meta, temos os recursos para criar a infraestrutura necessária e entregar essa tecnologia para bilhões de pessoas.”

Os concorrentes também estão abrindo os cofres. Na semana passada, a Alphabet (dona do Google) elevou sua estimativa de investimentos para US$ 85 bilhões em 2025, citando maiores gastos com IA.

Mike Proulx, analista da Forrester, comparou essa corrida com outras revoluções tecnológicas:

“De certo modo, essa corrida lembra as disputas por PCs, navegadores, buscadores e smartphones”, escreveu. “Mas a grande diferença é que a IA acelera a si mesma. Quem quiser vencer vai ter que ir fundo no bolso.”