A informação veio de pessoas, que pediram para não serem identificadas por se tratar de um assunto privado.
A decisão ocorre em um momento em que o destino de uma regra que proíbe os bancos de cobrar pelo acesso aos dados de seus clientes está em jogo.
O Consumer Financial Protection Bureau tentou revogar a medida do Open Banking, que permite o acesso a dados de consumidores – o que é altamente cobiçado – e exige que os bancos compartilhem essas informações com outros credores ou provedores de serviços financeiros gratuitamente. O regulador está tentando reformular as regras.
Em resposta a um pedido de comentário sobre a medida, um porta-voz da Visa afirmou que a empresa está concentrando sua estratégia de Open Banking “em mercados de alto potencial, como Europa e América Latina“. Em uma teleconferência de resultados em julho, o CEO da Visa, Ryan McInerney, afirmou que esses mercados têm o “maior potencial” para o Open Banking.
A decisão da Visa ocorre em um momento em que o JPMorgan Chase planeja começar a cobrar taxas que podem chegar a centenas de milhões de dólares pelo acesso às informações bancárias de seus clientes, informou a Bloomberg News em julho.
A medida gerou indignação entre fintechs, que afirmam não conseguir operar sem as informações dos clientes.
A decisão da Visa foi tomada independentemente da mudança de estratégia do JPMorgan, disse uma das pessoas familiarizadas com o assunto.
Visa muda estratégia
Trata-se de uma mudança significativa de rumo em relação a cinco anos atrás, quando a Visa tentou comprar a Plaid, empresa que vincula contas bancárias a aplicativos de fintech, por US$ 5,3 bilhões. O acordo foi cancelado em 2021, após ser alvo de escrutínio antitruste do Departamento de Justiça dos EUA. A Visa adquiriu a Tink, concorrente sueca da Plaid, por cerca de US$ 2 bilhões no final daquele ano.
Executivos da Visa afirmaram na época que a Tink seria uma “parceira forte com a qual poderíamos acelerar a inovação em Open Banking”.
O cenário do Open Banking nos EUA mudou desde então.
Quando o CFPB finalizou a regra nos últimos meses do governo Biden, grupos de lobby bancário imediatamente entraram com ações judiciais para bloquear a medida, alegando que os acordos poderiam fomentar fraudes e expor seus membros a maiores responsabilidades.
Os defensores da regra argumentam que ela permite que os clientes acessem um conjunto mais amplo de serviços financeiros, promove maior concorrência e reforça a segurança dos dados. Esta semana, o CFPB tomou medidas para começar a reescrever a regra.