Em discurso na Cúpula do Conselho de Tecnologia do The Wall Street Journal Leadership Institute, em Nova York, na segunda-feira (15), Dybeck Happe afirmou que o foco em pessoas e processos antes da tecnologia, e o princípio japonês de kaizen — ou melhoria contínua — estão impulsionando grande parte de seu trabalho. Happe quer transformar a organização com décadas de existência em uma empresa que prioriza a IA.
Quando recebeu o convite do CEO da Microsoft, Satya Nadella, para deixar a General Electric, Dybeck Happe disse que entendeu a importância de a Microsoft ser o ‘cliente número zero’ na adoção de inteligência artificial — condição essencial para ter credibilidade ao vender a tecnologia. Mas, desde o início, ela sabia que o desafio seria muito mais sobre pessoas do que sobre tecnologia.
“Já temos uma tecnologia fenomenal. Tudo vai depender da gestão da mudança”, disse Dybeck Happe no evento do Conselho de Tecnologia do WSJ. 90% dos participantes entrevistados no evento concordaram.
A oportunidade que Dybeck Happe tinha pela frente era enorme. Na época de sua nomeação, Nadella disse: “Quando os paradigmas tecnológicos mudam, aproveitamos a oportunidade para nos reinventar. E é isso que estamos fazendo agora, nesta mudança de plataforma de IA.”
Dybeck Happe disse que focar em pessoas e processos antes da tecnologia e explorar o kaizen serviram como ponto de partida.
Como o ‘kaizen’ conquistou a Microsoft
O kaizen surgiu no Japão pós-Segunda Guerra Mundial como um método para reconstruir a economia do país e impulsionar sua indústria siderúrgica, que começou a superar a dos EUA.
O princípio se refere a melhorias contínuas na eficiência, utilizando processos como a eliminação de atividades desnecessárias e focando no trabalho em equipe para solucionar problemas. Desde então, tem sido empregado por empresas em todo o mundo, da Subaru à Dr Pepper.
Para Dybeck Happe, “trata-se de obter alinhamento em torno do objetivo”. Em outras palavras: entender exatamente o processo de negócios ao qual você está tentando aplicar a IA antes mesmo que ela entre na equação.
“Muita gente diria como imagina que o processo funciona, ou como gostaria que ele fosse”, disse ela. “Mas quando você entende como ele realmente é, pode dizer: ‘Ok, é com isso que estamos lidando’, e assim consegue alinhar as coisas.”
Como exemplo de melhoria de processos de negócios, Dybeck Happe disse que a gigante da tecnologia reduziu drasticamente o número de etapas necessárias para a integração de clientes. Foi de 230 etapas para menos de 40.
Essa tarefa exigiu alinhamento das equipes de vendas, marketing, produto e finanças da Microsoft. Em seguida, mais 75% das etapas de integração foram automatizadas com a ajuda de agentes de IA — os bots autônomos que podem executar tarefas em nome de humanos.
“No final, o resultado foi uma experiência melhor para os clientes e também para as equipes”, disse ela.
A empresa também automatizou solicitações de um processo, criando agentes de IA. Esse esforço liberou os engenheiros para desenvolver soluções para os clientes e entregar os produtos mais rapidamente.
A outra chave, disse ela, é garantir que os líderes de tecnologia estejam trazendo as pessoas certas.
Os chefes normalmente gastam muito tempo focados em um pequeno grupo de funcionários que são totalmente resistentes à mudança. Em vez disso, eles deveriam focar nos otimistas em relação à mudança e se concentrar em convencer a maioria que está indecisa.
“Com toda a tecnologia chegando, escolha as melhores pessoas que puder para sua equipe, porque elas levarão a tecnologia muito mais longe do que você jamais conseguiria sozinho”, disse Dybeck Happe.
Traduzido do inglês por InvestNews
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