Uma equipe do BofA, liderada por Michael Hartnett, estudou 10 bolhas de ações desde o início do século passado, e descobriram que períodos de supervalorização extrema produziram ganhos médios de 244%, do ponto mais baixo ao mais alto. Isso sugere que, após subir 223% em relação à mínima de março de 2023, o chamado grupo das 7 Magníficas ainda tem “mais para avançar”, escreveram os estrategistas em nota.
Os valuations atuais também corroboram a ideia de ganhos adicionais para o grupo, disseram os estrategistas. Bolhas anteriores em ações geralmente terminavam com índices de preço/lucro (P/L) de 58, com referencial destas ações 29% acima de sua média móvel de 200 dias.
As 7 Magníficas têm um índice P/L de 39 e ainda estão apenas 20% acima de sua média móvel diária de 200 dias.
O apetite dos investidores impulsionou ações a máximas históricas este ano e não mostra sinais de arrefecimento. O grupo das 7 Magníficas se recuperou rapidamente dos choques causados pela startup chinesa de inteligência artificial DeepSeek e da turbulência em torno dos anúncios de tarifas comerciais do governo Trump.
O índice S&P 500 Info Tech subiu 56% desde a mínima em abril, e investidores compraram ações em cada queda ao longo do caminho.
Um cenário macroeconômico positivo, o frenesi contínuo em torno da IA, juntamente com as expectativas de novos cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve, estão funcionando como ventos favoráveis para o setor. De fato, a pesquisa com gestores de fundos do BofA, divulgada esta semana, mostrou que o Long Magnificent Seven foi considerada a operação mais concorrida pelo segundo mês consecutivo por 42% dos entrevistados.
Hartnett e sua equipe observaram que as bolhas tendem a ser curtas e muito concentradas. Em 2000, com ações relacionadas à internet em níveis extremos, o setor de tecnologia subiu 61% em seis meses até o pico, enquanto todos os outros setores do S&P 500 caíram naquele ano.
Enquanto isso, os investidores também devem adotar uma estratégia “barbell” (entre dois extremos de risco e retorno) na exposição à bolha das Big Techs, com algumas participações em “valor em dificuldades“, já que esses surtos de hipervalorização impulsionam o crescimento econômico à medida que se desenrolam. Hartnett disse que exemplos atuais em potencial incluem ações do Brasil, do Reino Unido e ações globais de energia.