A Emirates Global Aluminium (EGA), uma das maiores produtoras mundiais de alumínio, está em negociações para adquirir a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), controlada pela Votorantim S.A., segundo fontes ouvidas pela Reuters.

A EGA — controlada pelos fundos soberanos Mubadala (Abu Dhabi) e Investment Corporation of Dubai — trabalha com o Morgan Stanley na avaliação da operação. A CBA encerrou a segunda-feira avaliada em cerca de US$ 487 milhões, segundo dados da LSEG, e ainda não há confirmação de uma proposta formal.

A movimentação ocorre em meio à reorganização do portfólio da Votorantim, que vem reduzindo sua exposição a commodities e reforçando investimentos em energia e finanças, conforme já mostrou o InvestNews. Com 69% de participação do grupo Votorantim, a CBA é uma operação integrada, com minas próprias de bauxita, refino, fundição e fabricação de produtos de alumínio primário.

Fundada em 1955 e considerada a “filha predileta” do empresário Antônio Ermírio de Moraes (1928–2014), a CBA atravessa um ciclo desafiador. Após dois anos de prejuízo — incluindo o pior resultado de sua história recente, em 2023 —, a companhia anunciou uma redução de capital de R$ 401 milhões para eliminar perdas acumuladas e abrir espaço para um novo ciclo de lucros.

A empresa enfrenta alavancagem próxima de três vezes o lucro operacional (Ebitda), no limite do considerado saudável para um negócio de capital intensivo. Com isso, tem restrições para avançar em novos projetos, como o Projeto Rondon, que prevê a implantação de uma mina de bauxita nos Estados do Maranhão e do Pará, com capacidade de até 18 milhões de toneladas por ano.

“É um ativo completo, com integração total e acesso próprio à bauxita, o que fortalece o posicionamento de qualquer investidor estratégico”, disse uma das fontes à Reuters.

Em nota, a EGA informou que “avalia continuamente oportunidades de crescimento”, mas não comenta rumores ou especulações de mercado. CBA, Morgan Stanley e Votorantim não se manifestaram.