O bitcoin (BTC) está relativamente bem nesta segunda-feira (13) após tomar um tombo histórico no final da semana passada, em meio à retomada da guerra tarifária entre as potências Estados Unidos e China.

Por volta das 7h30, a maior criptomoeda do mercado era negociada a US$ 115 mil, em alta de 3,00% nas últimas 24 horas. Na sexta-feira (10), o ativo digital chegou a encostar nos US$ 105 mil – pior preço desde maio.

Naquele dia, o presidente Donald Trump anunciou uma tarifa adicional de 100% sobre as exportações chinesas, após o país asiático endurecer as regras para a venda de terras raras – um conjunto de elementos químicos usados em smartphones e outros aparelhos eletrônicos.

Segundo dados da plataforma Coinglass, mais de 1,6 milhão de negociações de criptomoedas foram liquidadas apenas na sexta, com o início da disputa, gerando perdas totais de US$ 19,13 bilhões no setor.

“O anúncio de tarifas de 100% sobre produtos chineses aumentou a incerteza econômica global e provocou uma forte aversão ao risco nos mercados. Diante desse cenário, investidores buscaram ativos considerados seguros, e se desfizeram de ativos mais voláteis, como criptomoedas e ações”, falou Sarah Uska, analista de criptoativos do Bitybank.

Apesar da turbulência, os traders seguem otimistas com o restante do mês, conhecido como “uptober” – junção de ‘’up’’ (para cima) e “october” (outubro). Nos últimos 12 anos, o BTC subiu em 10 deles, caindo apenas duas vezes em outubro.

No radar, os investidores passam a aguardar, entre os principais fatores que vnao impactar o mercado, a divulgação do relatório de emprego dos EUA – que atrasou por causa do shutdown – e a decisão de política monetária do país, ambos previstos para o fim do mês. Segundo a ferramenta FedWatch, que mede as expectativas com juros, 97% do mercado aposta em queda de 0,25 ponto percentual na taxa, o que tende a favorecer ativos de risco, como as criptos.

Veja as cotações das principais criptomoedas às 7h30:

Bitcoin (BTC):  + 3,00%, US$ 115.144,15

Ethereum (ETH): + 8,49%, US$ 4.157,39

XRP (XRP): +9,73%, US$ 2,61

BNB (BNB): + 9,70%, US$ 1.333,77

Solana (SOL): + 8,00%, US$ 196,18

Outros destaques do mercado cripto

Comprando a queda. Enquanto investidores se desesperavam com o tombo do bitcoin na semana passada, vendendo adoidado, a mineradora de cripto MARA Holdings aproveitou para ir às compras. A companhia de capital aberto adquiriu 400 unidades de BTC, o equivalente a US$ 46,29 milhões, segundo dados da plataforma Onchain Lens. Com isso, a firma passou a deter 53.250 bitcoins, mantendo sua posição como a segunda maior bitcoin treasury company do mercado.

Criptos fisgam gigantes bancários. As stablecoins – criptomoedas lastreadas em outros ativos, como dólar, ouro, entre outros – chamaram atenção de grandes bancos globais. Dez instituições, entre elas Goldman Sachs, Bank of America e Deutsche Bank, anunciaram que estudam lançar uma stablecoin atrelada a moedas dos países do G7. Em nota conjunta divulgada na semana passada, eles disseram que o objetivo é “explorar se uma nova oferta em todo o setor poderia trazer os benefícios dos ativos digitais e aumentar a concorrência em todo o mercado”.