Na manhã desta terça-feira (14), a moeda digital é negociada na faixa dos US$ 111 mil, com queda de 3,30% nas últimas 24 horas e distante do topo de US$ 126 mil visto na semana passada. No acumulado de sete dias, o ativo recua quase 10%.
As principais altcoins – termo usado para identificar qualquer cripto diferente do bitcoin – também operam em baixa.
Na manhã desta terça-feira, a China sancionou unidades americanas da construtora naval sul-coreana Hanwha Ocean. Segundo o governo chinês, essas empresas teriam apoiado investigações dos Estados Unidos, o que poderia ameaçar sua soberania.
Na segunda-feira, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, tentou apaziguar as tensões, mas a nova investida de Pequim mostra que o clima entre as duas potências continua longe da trégua.
Todo esse novo embate tarifário começou na semana passada, depois que Donald Trump anunciou tarifas de 100% sobre produtos chineses, em retaliação ao endurecimento das regras do país asiático sobre as terras raras – um conjunto de elementos químicos usados em smartphones e outros equipamentos eletrônicos.
A escalada das tensões reacendeu a aversão ao risco nos mercados globais e impactou diretamente o aporte de capital institucional para as criptos. Em meio a esse vai e vem, os ETFs de bitcoin e ethereum (ETH) nos Estados Unidos – considerados termômetros desse fluxo – registraram uma saída líquida combinada de US$ 755 milhões ontem, segundo dados da plataforma SoSoValue.
“O sentimento é frágil. O Índice de Medo e Ganância está profundamente em território de ‘medo’, com 40 pontos, refletindo um humor cauteloso após a perda de US$ 560 bilhões do mercado (cripto) em 10 de outubro”, disse Yoandris Rives Rodriguez, gerente regional para América Latina na B2BINPAY.
Veja as cotações das principais criptomoedas às 7h30:
Bitcoin (BTC): – 3,30%, US$ 111.226,09
Ethereum (ETH): – 8,49%, US$ 3.973,83
XRP (XRP): -4,43%, US$ 2,61
BNB (BNB): – 10,70%, US$ 1.196,12
Solana (SOL): -1,22%, US$ 194,22
Outros destaques do mercado cripto
Ele ganhou R$ 1 bi com crash do Bitcoin e aposta em queda de novo. Na semana passada, um trader misterioso faturou US$ 192 milhões (cerca de R$ 1 bilhão) ao abrir uma posição vendida – ou seja, apostando que a cripto iria cair – 30 minutos antes do anúncio das tarifas de 100% dos EUA sobre a China. O movimento levantou várias especulações sobre sua identidade, mas até agora ninguém sabe quem é. O fato é que esse mesmo investidor, cujo endereço da carteira (local virtual em que as criptos são guardadas) foi identificada pelo número 0xb317 na plataforma descentralizada de derivativos cripto Hyperliquid, abriu uma nova posição vendida de US$ 163 milhões (R$ 892 bilhões).
Alguns vendem, outros compram. Não foi só a mineradora MARA Holdings que aproveitou o tombo do bitcoin para ir às compras, como falamos ontem aqui. A Strategy, maior bitcoin treasury company do mercado, adquiriu mais 220 unidades de BTC, por US$ 27 milhões. Agora, possui 640.250 bitcoins. A brasileira OranjaBTC, empresa de tesouraria e educação cripto, também anunciou que comprou mais 16 unidades do ativo digital, pagando pouco mais de R$ 10 milhões, e elevando o caixa para 3.691 BTC, segundo o site Bitcoin Treasuries.