O leilão apresentou surpresas. A Karoon Energy, sediada em Melbourne, na Austrália, venceu sozinha o bloco Esmeralda.
As petrolíferas chinesas CNOOC e China Petroleum & Chemical, ou Sinopec, arremataram um bloco sem nenhum parceiro local.
“A rodada de licitações foi um sucesso”, disse Marcelo De Assis, consultor independente de petróleo, com base no Rio de Janeiro. “Um bloco operado pela China no pré-sal é o primeiro.”
Os campos estão localizados na chamada região do pré-sal, tão produtiva que o maior projeto individual produz mais petróleo do que toda a Colômbia.
Descobertas feitas na década de 2000 impulsionaram o Brasil a se tornar o maior produtor da América Latina, mas a exploração perdeu força por mais de uma década, até que a BP anunciou, neste ano, a descoberta de Bumerangue, também no pré-sal.
A volta do pré-sal
A Petrobras também anunciou uma série de descobertas de petróleo no bloco Aram, no pré-sal.
“O mais importante é que o pré-sal voltou a aquecer”, disse Pedro Zalan, geólogo e consultor que trabalhou anteriormente na Petrobras. “O pré-sal, que estava um pouco desanimado, ganhou fôlego extra.”
Ainda assim, as grandes empresas europeias que operam no Brasil, Shell, BP e TotalEnergies não apresentaram ofertas.
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) recebeu compromissos de investimento, mesmo em meio aos preços baixos que estão levando as petroleiras a cortar gastos e reduzir o quadro de funcionários.