Em comunicado nesta sexta-feira (31), a Pfizer disse que a oferta da Novo não pode ser considerada uma “Superior Company Proposal” (proposta superior de companhia), conforme previsto no acordo de fusão, em parte porque provavelmente não passaria pela análise regulatória. A Pfizer está pedindo à Corte de Delaware que impeça, por ora, a Metsera de fechar um acordo com a Novo, para que a Pfizer tenha tempo de ser ouvida.
Também nesta sexta-feira, a Pfizer informou que as autoridades antitruste dos EUA autorizaram a empresa a seguir com sua oferta pela Metsera. No comunicado, a Pfizer disse que o fim do período de espera previsto na Lei de Antitruste Hart-Scott-Rodino “satisfaz os requisitos de revisão regulatória da aquisição proposta da Metsera, já anunciada, cujo prazo expiraria em 7 de novembro”.

Os anúncios da Pfizer vieram um dia depois de a Novo surpreender Wall Street com uma proposta separada pela Metsera. A Novo está oferecendo ao menos US$ 6,5 bilhões aos acionistas da Metsera, com possibilidade de esse valor chegar a US$ 9 bilhões se certas metas forem atingidas ao longo do tempo. O preço máximo do pretendente dinamarquês, caso todas as metas sejam cumpridas, é 11% maior do que o que a Pfizer estava oferecendo.
Corrida contra o tempo (e a obesidade)
O relógio corre contra a Pfizer. A menos que a Justiça conceda a medida de restrição, a empresa tem até 4 de novembro para apresentar uma contraproposta pela Metsera — ou desistir do negócio.
Conseguir uma suspensão de uma aquisição é difícil, mas depende dos detalhes de cada operação para que o juiz decida por uma suspensão temporária, disse Charles Elson, professor aposentado da Universidade de Delaware que chefiou o Weinberg Center for Corporate Governance.
“Eles raramente concordam em parar algo assim”, disse ele. “Tem de ser uma situação muito gritante para que emitam uma medida cautelar temporária.”
O anúncio da Pfizer de que a Comissão Federal de Comércio (FTC) encurtou o tempo de análise do negócio é incomum, dado o shutdown em Washington. A agência não fazia isso desde 29 de setembro, dias antes de a paralisação começar.
Enquanto isso, a Pfizer vai aumentando o tom de sua defesa. Na quinta-feira, depois de a oferta da Novo ser anunciada, a Pfizer a chamou de “irresponsável” e de uma violação flagrante de uma posição dominante de mercado, com o objetivo de eliminar a concorrência ao comprar uma “desafiante americana” em ascensão. A empresa também disse que estava pronta para adotar medidas legais para fazer valer seu acordo com a Metsera.
Um porta-voz da Metsera não respondeu de imediato à reportagem.