O IBIT, ETF (fundo negociado em bolsa) de bitcoin (BTC) à vista da gigante dos investimentos BlackRock, atravessa sua pior sequência desde o lançamento, em janeiro de 2024.

Nas últimas cinco semanas, o fundo registrou US$ 2,7 bilhões em saídas, segundo dados da Bloomberg até 28 de novembro.

Se o ritmo continuar, o ETF – “queridinho” dos investidores institucionais – deve completar seis semanas consecutivas de resgates. Só ontem, foram US$ 113 milhões em saques.

A onda de saídas anda lado a lado com a queda do bitcoin. Do início de novembro até esta sexta-feira (5), o BTC recuou 16%, pressionado por dúvidas sobre juros globais, aumento da aversão ao risco e incertezas envolvendo empresas cripto.

Nesta manhã, a maior criptomoeda do mercado é negociada a US$ 91.204, em queda de quase 2%, segundo a cotação do InvestNews.

Num efeito dominó, os resgates nesses ETFs também aceleram o movimento de baixa: quando os investidores vendem as cotas, os fundos precisam se desfazer de parte das criptos que mantêm em custódia para o lastro.

E não é só o ETF da BlackRock que está na maré negativa. Os outros fundos de BTC nos EUA também vêm perdendo fôlego. Juntos, os 10 produtos acumulam US$ 4,5 bilhões em saídas nas últimas seis semanas, de acordo com dados da plataforma SoSoValue.

A movimentação nesses fundos tem impacto no mercado cripto, visto que eles somam US$ 120,8 bilhões em patrimônio acumulado – 6,54% de todo o valor de mercado do bitcoin. O IBIT, sozinho, responde por US$ 71,54 bilhões, quase 60% desse total.

Veja as cotações das principais criptomoedas às 10h:

Bitcoin (BTC):  -1,98%, US$ 91.204,03

Ethereum (ETH): -1,44%, US$ 3.129,78

XRP (XRP): -3,60%, US$ 2,06

BNB (BNB): -1,80%, US$ 893,08

Solana (SOL): -4,40%, US$ 136,69

Outros destaques do mercado cripto

Regulação provoca primeira baixa. A regulamentação das criptos endureceu as regras e passou a exigir capital mínimo – entre R$ 10,8 milhões e R$ 37,2 milhões – para empresas atuarem no setor. Muita startup cripto local não tem essa grana. Especialistas já sinalizaram que algumas poderiam fechar as portas. E isso já começou. A Crypto Use, que trabalha com infraestrutura de pagamentos, anunciou que encerrou as operações porque o novo cenário ficou insustentável.

Stablecoins na cola das moedas fracas. As stablecoins seguem no radar de organismos internacionais. Em relatório divulgado ontem, o Fundo Monetário Internacional (FMI) avaliou que essas criptos – que mantêm paridade com ativos tradicionais – podem ganhar espaço em países onde a moeda local é fraca ou a inflação é persistente. A instituição alerta que, nesses contextos, a população tende a migrar para alternativas digitais mais estáveis. Fica a pergunta: o real brasileiro entra nesse grupo de risco?

De volta para o Brasil. Em um passado não tão distante, o Brasil foi inundado por golpes com cripto. Um dos últimos a cair foi o esquema Braiscompany, que prometia 8% ao mês, não pagou e desviou mais de R$ 1 bilhão de 20 mil clientes. Foi uma novela só, e o casal responsável pelo esquema fugiu para a Argentina. Lá, eles foram presos em 2024. Agora, a Justiça autorizou a extradição deles para o Brasil. Que isso ajude a recuperar o dinheiro das vítimas, né?

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