O bitcoin (BTC) voltou ao patamar dos US$ 92 mil na manhã desta sexta-feira (12), levando junto o ethereum (ETH) e boa parte das principais altcoins.

Uma parte relevante desse impulso vem de investidores que compram BTC pensando no longo prazo e que nunca vendem suas criptos. Eles recebem o nome de carteiras acumuladoras.

Segundo dados da CryptoQuant, uma empresa de análises de blockchain, esses compradores adicionaram, entre 1º e 10 de dezembro, 75 mil unidades de BTC às suas posições. No total, já carregam 315 mil bitcoins, e a curva segue em alta.

“Esses endereços não ligam para o momento do mercado, para medo e para ruído. Eles acumulam”, disse Marco Aurélio Camargo, CIO da Vault.

Para o especialista, essa compra agressiva dos acumuladores e o preço acima dos US$ 92 mil indicam que uma base foi construída, o pior do fluxo vendedor parece ter ficado para trás e o institucional começou a voltar. Mas há um porém.

Apesar da força compradora, somada à queda dos juros nos Estados Unidos nesta semana, o cenário ainda está longe do ideal – especialmente por causa das turbulências nas ações de tecnologia.

Os papéis das companhias Oracle e Broadcom recuaram forte após projeções mais fracas, reacendendo o medo de uma possível bolha de inteligência artificial (IA). E vale lembrar: o BTC costuma apresentar correlação com o setor tech.

“A fraqueza do dólar e o ambiente de liquidez estimulados pelas expectativas de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) são favoráveis ao BTC estruturalmente, mas o nervosismo no setor de tecnologia e a contínua aversão ao risco impedem um impulso claro de alta”, disse André Franco, CEO da Boost Research.

Na visão dele, a ausência de um catalisador positivo forte, como uma sinalização dovish (mais voltada para cortes de juros) ou dados macro surpreendentes, sugere que o BTC deve consolidar lateralmente ou até testar suportes técnicos, com risco de um recuo temporário caso o apetite por risco piore.

Veja as cotações das principais criptomoedas às 10h:

Bitcoin (BTC):  +2,55%, US$ 92.369,09

Ethereum (ETH): +1,50%, US$ 3.246,00

XRP (XRP): +1,70%, US$ 2,04

BNB (BNB): +2,39%, US$ 888,17

Solana (SOL): +6,20%, US$ 139,43

Outros destaques do mercado cripto

Stablecoins, a mina de ouro do governo. O Banco Central, ao publicar a regulação do setor no mês passado, enquadrou as stablecoins nas regras de câmbio, abrindo a porteira para a cobrança de IOF. Pois bem: caso a Receita Federal avance mesmo com essa tributação, o governo federal pode arrecadar R$ 5 bilhões extras só com esse novo imposto, segundo cálculos feitos por economistas ouvidos pelo jornal Valor Econômico.

A conta chegou para as tesourarias de bitcoin. A sequência de quedas do bitcoin atingiu em cheio as bitcoin treasury companies, aquelas companhias que mantêm BTC no caixa corporativo. Um relatório divulgado nesta semana pelo site Bitcoin Treasuries mostra que, entre 100 empresas analisadas, cerca de 65% compraram bitcoin por preços acima dos valores atuais de mercado. Em outras palavras: a maioria está operando no prejuízo.

Golpe cripto rende 15 anos de prisão. O colapso do ecossistema Terra, em 2022, foi um dos episódios mais traumáticos do mercado cripto, apagando cerca de US$ 40 bilhões e desencadeando uma crise global no setor. Agora, o desfecho começa a se fechar: Do Kwon, fundador do projeto, foi condenado a 15 anos de prisão nos Estados Unidos por crimes de fraude. Ele já havia admitido culpa em agosto deste ano.

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