A Eve, controlada pela Embraer, está entre várias empresas que desenvolvem aeronaves movidas a bateria com capacidade de decolar e pousar verticalmente, destinadas a transportar passageiros em curtas viagens urbanas — um setor considerado fundamental para o crescimento futuro da fabricante brasileira de aviões.
A empresa já acumula quase 3.000 pedidos potenciais para sua aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical (eVTOL) antes mesmo do início da produção. A expectativa é obter a certificação, fazer as primeiras entregas e entrar em serviço em 2027, um ano depois do planejado inicialmente.
O voo inaugural ocorreu na unidade de testes da Embraer em Gavião Peixoto, marcando o início da fase de testes de voo da Eve, com “centenas de voos” planejados para o próximo ano a fim de apoiar a certificação. A empresa validou a arquitetura da aeronave, os controles fly-by-wire e o sistema de propulsão integrado, acrescentou a Eve.
“O protótipo se comportou exatamente como previsto pelos nossos modelos”, disse o diretor de tecnologia da Eve, Luiz Valentini. “Com estes dados, ampliaremos o envelope da aeronave e avançaremos para o voo de transição sustentado pelas asas de maneira disciplinada.”
A Eve pretende fabricar seis protótipos em conformidade para realizar toda a campanha de testes de voo.
O presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) disse à Reuters no início deste ano que considera 2027 um prazo realista para a certificação, descrevendo a aeronave como a principal prioridade do órgão regulador.
A Eve estreou na Bolsa de Valores de Nova York em 2022 e, neste ano, levantou novos fundos do BNDES e da Embraer. Entre os outros investidores estão a United Airlines, BAE Systems, Nidec, Thales e Acciona.