Após Tim Cook comprar ações da Nike e mostrar que está confiante na companhia, o presidente da empresa, Elliott Hill, também foi às compras. Esta semana, ele comprou 16.388 ações da companhia por cerca de US$ 61,10 cada. A transação foi avaliada em US$ 1 milhão e, com isso, sua participação pessoal cresceu mais de 7%. A movimentação de Hill é a primeira e única compra do executivo este ano.

A compra ocorre após um ano difícil para a Nike, cujas ações caíram 19% em 2025, caminhando para o quarto ano consecutivo de queda e tendo perdido quase metade de seu valor nos últimos três anos. Atualmente, o valor de mercado da Nike é estimado em US$ 92 bilhões.

A Nike está em processo de reestruturação sob a liderança de Hill, que assumiu o cargo em outubro de 2024, com medidas como liquidação de estoques antigos e lançamento de novos produtos, buscando recuperar margens e o desempenho de vendas, especialmente na América do Norte.

Na semana passada, Tim Cook, que é diretor independente líder no conselho da Nike desde 2016, comprou 50 mil ações da Nike a US$ 58,97 cada, totalizando cerca de US$ 2,9 milhões, quase dobrando sua participação pessoal, que agora chega a 105.480 ações.

As compras de Hill e Cook reforçam a confiança da liderança da Nike na recuperação da companhia, que tem buscado reverter a trajetória após perder terreno para rivais e enfrentar vendas enfraquecidas, além de tentar reparar relações com varejistas e revigorando a inovação de produtos. Analistas destacam que os níveis de estoque no varejo norte-americano mostram progresso inicial, reforçando a visão de uma recuperação liderada pelo mercado doméstico, apesar de desafios internacionais, incluindo barreiras tarifárias.

Aposta da Nike e disputa na Justiça

Uma reportagem publicada pelo WSJ, mostrou que a Nike planeja relançar sua linha cult Total 90, de chuteiras, como peça central de sua estratégia de marketing para a Copa do Mundo do próximo ano, com uniformes, bolas e eventos em cidades como Melbourne e Milão.

Entretanto, a iniciativa, enfrenta um obstáculo inesperado nos Estados Unidos: a marca Total 90 expirou em 2019 e foi registrada por Hugh Bartlett, engenheiro e técnico de futebol de base em Nova Orleans. Bartlett lançou sua própria linha de produtos Total 90 e, após tentativas de colaboração com a Nike, entrou com processo contra a companhia em novembro por violação de marca registrada.

A disputa judicial coloca a gigante do esporte sob pressão pouco antes do torneio, embora uma juíza federal tenha rejeitado temporariamente a tentativa de Bartlett de barrar a venda dos produtos pela Nike. A questão central é se Bartlett conseguirá provar que a Nike abandonou a marca, enquanto a empresa sustenta que nunca deixou de utilizá-la, inclusive por meio de licenciamento em videogames.

Bartlett afirma que pretende lançar seu aplicativo de fantasy soccer a tempo da Copa e continuar vendendo produtos Total 90, enquanto a Nike busca capitalizar sobre o torneio, enfrentando um campo de batalha de marketing especialmente disputado contra a Adidas, sua arquirrival.