Os investidores continuam a reagir negativamente hoje (6) aos dados da economia dos EUA divulgados ontem (5) indicando um aquecimento acima do previsto, mas pré-mercados dos principais índices norte-americanos tentam iniciar uma reversão no começo do dia.
O Índice de Gestores de Compras, o PMI, referente ao setor de serviços passou dos 47,8 pontos para 46,2 em novembro, o índice referente aos setores não-manufatureiros passou de 54,4 pontos para 56,5 pontos, o índice composto passou de 48,2 pontos para 46,4 enquanto as encomendas à indústria referentes a outubro cresceram 1%. Todos os resultados divulgados, mesmo com registro de queda em alguns, vieram acima das projeções de mercado, acendendo um alerta para os investidores de que existe o risco do Fed precisar reconsiderar o plano de desaceleração do ritmo de alta dos juros.
Após influenciar na queda do S&P 500 de 1,79% ontem (6), o tom negativo permaneceu na abertura dos pré-mercados dos EUA que tentam reverter as quedas. No começo do dia, os contratos futuros do índice S&P 500 tinham leve alta de 0,01% enquanto o Nasdaq avançava 0,14% e o Dow Jones seguia em queda de 0,05%.
Na Ásia, o governo chinês reduziu novamente a rigidez das medidas contra a covid ao parar de exigir exames contra a doença nas últimas 48 horas para uso do transporte público. O índice de Shangai subiu 0,02% e o Nikkei registrou alta de 0,24% no fechamento do dia, enquanto os índices de Taiwan e Coréia caíram 1,68% e 1,08% respectivamente.
Na Europa, as bolsas mantém o tom majoritariamente de queda no começo desta terça-feira (6) com o recuo de 0,22% do índice alemão DAX, baixa de 0,29% do índice FTSE, queda de 0,25% do francês CAC e desvalorização de 0,15% do índice Euro Stoxx durante o pregão.
E se os investidores não reagem bem aos dados do PMI dos EUA acima do esperado, os investidores europeus não reagem aos dados do PMI da zona do Euro e Reino Unido referentes a novembro abaixo do esperado assim como a queda 1,8% nas vendas no varejo em outubro do bloco europeu, mais forte que a queda de 1,7% esperada.
PEC na CCJ e Copom no radar
Deve começar hoje as discussões sobre a PEC da Transição na Comissão de Constituição e Justiça no Senado. Caso o ritmo acelerado de aprovação continue, o projeto deve seguir para a Câmara para votação na próxima semana. O valor a ser defendido fora do teto de gastos pelo governo eleito mudou dos R$ 198 bilhões originalmente propostos para R$ 175 bilhões e por um prazo menor de 2 anos ao invés dos 4 após resistência de deputados.
E começa hoje (6) o primeiro dia da última reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom) que acaba amanhã (7) com a divulgação da decisão sobre a taxa de juros brasileira, atualmente em 13,75% ao ano.
Apesar da preocupação do Banco Central com as expectativas do mercado refletidas nos preços dos ativos, a projeção é que a Selic seja mantida no nível atual e que o comunicado da decisão e da ata da reunião sejam duros em relação à necessidade de controle das expectativas dos investidores assim como a garantia do arcabouço fiscal do país. Eventuais elevações na taxa são esperadas pelo mercado apenas em 2023.
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