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Episódio 3

Inovação: como transformar uma ideia brilhante em um negócio de impacto

Concorrência, ambiente de negócios e características culturais como saber escutar e saber priorizar ajudam a impulsionar a inovação

Inovação é muito mais do que ter uma ideia brilhante. Inovar é transformar aquela ideia em um negócio de impacto, que simplifica a vida de pessoas e empresas e contribui para construir o futuro.

Como a inovação move as organizações é o tema do terceiro episódio de “Brasil em Wall Street”, série exclusiva do InvestNews em parceria com a NYSE em que são entrevistados executivos e fundadores de sete empresas brasileiras listadas na Bolsa de Nova York.  

Para o ex-presidente do Banco Central e sócio-fundador da Gávea Investimentos, Armínio Fraga, quanto maior é o espaço de debate e de concorrência, maior vai ser a inovação. “O ambiente de inovação requer desde um ambiente de negócios que simplifique a vida das empresas e das pessoas até a grande concorrência, hipertecnológica, que ocorre no planeta e para onde o Brasil precisa se deslocar.”

A Embraer-X, aceleradora da Embraer, é um dos exemplos de empresas inovadoras que surgiram dessa grande concorrência super tecnológica: é da sua subsidiária Eve que estão saindo os “carros voadores” que foram encomendados mundo afora. Para chegar lá, foram muitas ideias brilhantes. “Mas ideias são sobrevalorizadas”, diz Daniel Moczydlower, CEO da Embraer-X. “Mais de 90% do trabalho é transformar aquela ideia em impacto de negócio.”

Muitas empresas criam áreas específicas para fazer florescer iniciativas de inovação. Foi o caso da Embraer-X. É também o caso da diretoria de Inovação da Eletrobras, que tem revisitado diversos processos da empresa, como o uso de drones para gestão de linhas de transmissão em milhares de quilômetros no Brasil, segundo Ivan Monteiro, CEO da empresa.

Áreas específicas ajudam a acelerar projetos de inovação, mas a característica de estar sempre em busca de modernização e simplificação faz parte do DNA de empresas inovadoras – mesmo naquelas companhias que tem negócios tradicionais, como papel e celulose.

Marcelo Bacci, CFO da Suzano, diz que a empresa tem investido em inovação não só nas plantas industriais, mas também na área florestal, com novos clones e novas espécies de eucalipto que permitirão à empresa entregar seus produtos com qualidades e características que a Suzano quer alcançar lá na frente.

“O que a gente está fazendo hoje não é para entregar o resultado no trimestre que vem. É para construir o futuro da companhia”, diz Bacci, reforçando que cabe à empresa, líder de mercado, ajudar a construir aquilo que se espera da indústria do futuro.

Marca registrada brasileira

A capacidade de inovar, criar e ser resiliente é uma característica das empresas brasileiras, uma “marca registrada”, na visão de Paula Ganem, head de Mercado de Capitais para América Latina e Canadá da NYSE. Lynn Martin, a presidente da NYSE, também elogia a capacidade das empresas brasileiras de inovar. “É um mercado incrivelmente importante para nós.”

Para Armínio Fraga, as empresas brasileiras fazem “milagre”, dado que a economia do país é ainda bastante fechada e não permite, frequentemente, que as empresas tenham acesso àquilo que precisam para inovar.

Dificuldades – macroeconômicas ou de ambiente de negócios – têm levado executivos brasileiros a desenvolver outras características que ajudam a impulsionar a inovação. Geraldo Thomaz, fundador e co CEO da VTEX, ressalta a importância de definir o que não fazer, ou seja, de priorizar e não gastar energia naquilo que, no fundo, não importa.

Para David Vélez, fundador e CEO do Nubank, para ter um ambiente de inovação é preciso saber escutar. “Hoje, todo mundo fala. Mas poucas empresas sabem escutar. À medida que as empresas ganham espaço e sucesso, elas escutam menos e falam mais.”

A série “Brasil em Wall Street” tem seis episódios. Está disponível no canal do InvestNews no YouTube e na página exclusiva do site.

Confira abaixo: