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Juros futuros: como eles afetam os investimentos?

Existe uma série de juros, com diferentes prazos de vencimentos, sendo negociados no mercado de futuros da B3.

Poucas coisas têm maior influência sobre seus investimentos do que as taxas de juros de uma economia. Para quem investe em renda fixa, quanto maior, maiores tendem a ser seus rendimentos. Mas para a renda variável e o crescimento econômico como um todo ela é a maior inimiga.

A Selic, a taxa básica de juros, é definida pelo Banco Central a cada 45 dias e serve como um piso para os juros praticados no país, já que é a base dos valores pagos pelos títulos da dívida do governo.

Quem define essa taxa é o Copom, o Comitê de Política Monetária do Banco Central, que tem como um dos objetivos primários prezar pela estabilidade de preços. Por isso, expectativas de inflação futura são um dos grandes pilares das decisões, seja de subir, baixar ou mesmo manter estável a taxa de juros por mais 45 dias.

Mas ainda que, após a decisão, a Selic se mantenha estável, pelo menos, por 45 dias, a dinâmica dos juros é bem mais intensa. E esse movimento é medido pelos juros futuros, que são negociados na bolsa e variam praticamente todos os dias. São eles que servem de referência para contratos de empréstimos de longo prazo – e não a Selic.

Existe uma série de juros, com diferentes prazos de vencimentos, sendo negociados no mercado de futuros da B3. São os chamados DI, que significa: taxa média diária de depósitos interfinanceiros. De forma geral, eles tendem a refletir a expectativa do CDI médio para um período. Ou seja, se o DI futuro com vencimento em 2033 está sendo negociado a 13 pontos significa que o mercado está precificando um juro médio anualizado de 13% para o período.

Dados da B3 mostram que, em setembro, o investidor estrangeiro foi o que mais operou nesse mercado, com 48% do volume de negociação. Fundos locais tiveram 34% do volume e instituições financeiras, 18%.

O uso do DI futuro por instituições financeiras, por sinal, tem como objetivo servir de proteção contra o risco da taxa de juros. Assim ela consegue oferecer empréstimos de longo prazo sem ficar exposta aos humores do banco central. Mas, como os dados de volume puderam mostrar, são os investidores, estrangeiros e locais, que definem os preços dos juros futuros.

Quem compra o Di, fica, na linguagem do mercado, “tomado na curva de juros”. Ou seja, quanto maior for a expectativa de juros mais altos, mais dinheiro esse investidor tende a ganhar. Assim como apostar na desvalorização do real, essa é uma das formas de se apostar contra o Brasil, sendo uma posição relativamente comum entre investidores pessimistas com o futuro do país.

Assista ao Cafeína, com Samy Dana e Dony De Nuccio, e entenda os fatores que influenciam as altas e baixas desse mercado.

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