As ações da operadora de maquininhas de cartão Cielo (CIEL3) acumulam – até então – a maior alta do Ibovespa no ano. Os papeis saltaram 119% até às 12h da segunda-feira (28). O bom desempenho da companhia já tinha feito mudar a recomendação do Goldman Sachs de venda para neutra e aumentar o preço alvo de R$ 4,80 para R$ 5,70.
Segundo analistas do banco, o valuation da companhia é o mais descontado quando comparado aos pares. O múltiplo preço sobre lucro (P/L) é de 8,8 vezes para 2023, enquanto seus concorrentes negociam a uma média de 18,4 vezes. No entanto, o setor de atuação dessas companhias é competitivo, o que justifica a perda de mercado vista pelo Cielo.
O alto número de cartões de crédito no mercado dificulta o crescimento na base de clientes da operadora. Em contrapartida, mesmo com um alto endividamento das pessoas, um recuo na taxa de juros pode impulsionar maiores gastos pelos consumidores.
Esse mesmo recuo na taxa dos juros tende a reduzir os gastos da Cielo com seu endividamento além de tirar, pelo menos um pouco, qualquer pressão sobre o retorno de capital dos acionistas.
Analistas do Goldman aumentaram as estimativas do lucro líquido da Cielo neste ano em 5%, o que equivale a R$ 1,4 bilhão. E isso foi porque os resultados da operadora referente ao terceiro trimestre vieram melhores do que o esperado. Este foi o quinto trimestre consecutivo com crescimento na base anual. E por causa disso, é aguardado um lucro 11% maior para 2023, e 15% maior para 2024. A redução de custos na casa de meio bilhão de reais também foi mencionada por analistas para justificar essa expectativa de maiores lucros.
A operadora segue rumo a uma operação mais sadia e sustentável, o que vem impulsionando a alta dos seus papéis em bolsa – e destacando frente a seus pares.
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Veja neste Cafeína a análise completa de CIEL3, com Samy Dana e Dony De Nuccio.
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