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Coluna do Samy

Alguém lembra do Threads? Futuro da rede social ainda é incerto

Um bom começo não é garantia de um posicionamento perene.

As manchetes das últimas semanas vinham sinalizando quase que uma revolução nas mídias sociais. Com o rápido crescimento do Threads (FBOK34), o aplicativo mais rápido da história em atingir o marco de 10 milhões de usuários, há quem pudesse pensar que seria o fim do Twitter (TWTR34), seu concorrente quase direto.

O cenário das redes sociais sempre foi caracterizado por uma constante evolução, com novas plataformas surgindo e competindo pela preferência dos usuários a todo tempo. Ambos, Threads e Twitter, têm atraído a atenção de diferentes públicos mas demonstrado um potencial de usabilidade muito similar.

O Threads foi desenvolvido como um aplicativo complementar para compartilhamento de fotos e vídeos e também para textos de até 500 caracteres. Sua interface é simplificada, permitindo aos usuários compartilhar facilmente atualizações de status e stories.

O timing para o seu lançamento não poderia ser mais adequado, uma vez que, após ser adquirido por Elon Musk, o Twitter vem perdendo receita, realizando cortes de funcionários e limitando quantos tuítes por dia os usuários podem visualizar.

Threads
Threads, aplicativo da Meta. Crédito: Paul Hanna/Bloomberg

Apesar disso e de possuir uma usabilidade um pouco mais complexa que a do Threads (devido a recursos como retweets, likes e respostas), os recursos “extras” do Twitter se mostram de grande valia para os usuários.

Idealizado por Mark Zuckerberg, dono da Meta, que controla o Facebook, o Instagram e o WhatsApp, o Threads conquistou rapidamente os usuários principalmente pela adesão “zero fricção”. As principais informações são importadas da conta do Instagram e a interação necessária para aquisição de novos seguidores é quase nula, já que a maioria dos usuários opta por simplesmente replicar a base já existente também.

As facilidades para criar um perfil no Threads podem ser vistas como um benefício pelos idealizadores, mas talvez tenham se transformado em pura indiferença para os usuários, já que não há esforço ou desafio para se alcançar um número de seguidores equivalentes ao que já se possuía no IG.

A competição é sempre saudável para o ecossistema de mídias sociais, com cada plataforma tentando descobrir o que mais agrada (e engaja) os usuários. O futuro dessas plataformas dependerá de sua capacidade de inovar e se adaptar às preferências voláteis dos usuários, mas ambas têm espaço para crescimento em um cenário digital em contínua evolução.

A verdade é que essa disputa ainda vai longe e um bom começo não é garantia de um posicionamento perene. Além disso, há quem acredite que uma divisão equilibrada dos usuários em mais de uma rede social seja mais saudável para o mercado – principalmente o publicitário – do que a concentração em uma rede só.

*As informações desta coluna são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews e das instituições com as quais ele possui ligação. 

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