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Economia da África Subsaariana deve melhorar com queda populacional

À medida que as taxas de fertilidade caem, as mulheres e as crianças têm maior probabilidade de prosperar.

África. Fonte: Freepik.

Dois fatores sempre inspiraram forte preocupação da população global com relação à África Subsaariana: o crescimento populacional desenfreado e as famílias fartas em quantidade de membros e escassas em recursos. No entanto, novos dados sugerem que a taxa de natalidade do continente além de estar em retração, diminui de forma mais rápida do que o esperado. Essa mudança pode ter um enorme impacto na população total da África até 2100. A Organização das Nações Unidas (ONU), por sua vez, reduziu recentemente suas estimativas populacionais para a África Subsaariana, especificamente para a Nigéria, país que apresenta os sinais mais notáveis dessa tendência.

A queda das taxas de fertilidade na África assemelha-se ao declínio populacional experimentado em algumas partes da Ásia. Fatores como a crescente disponibilidade e uso de contracepção e melhor acesso à educação para meninas podem explicar em parte o declínio da taxa de fertilidade. Entretanto, os demógrafos ainda estão divididos sobre a veracidade das novas previsões, uma vez que as tendências demográficas podem mudar rapidamente, dependendo das políticas governamentais, programas de planejamento familiar e outras intervenções sociais e econômicas. A evolução das taxas no futuro costuma ser objeto de muitas discussões entre os especialistas.

O que podemos conjecturar é que, de fato, um declínio contínuo ou acelerado nas taxas de fertilidade teria implicações significativas. Caso a população da África seja menor do que a das projeções atuais, pode-se dizer que haverá consequências econômicas positivas. À medida que as taxas de fertilidade caem, as mulheres e as crianças têm maior probabilidade de prosperar. Além disso, há mais adultos em idade produtiva em relação ao número de crianças, o que significa menos bocas para alimentar por pessoa em idade produtiva. Da mesma forma, é mais provável que cada criança receba os recursos necessários para viver e estudar, o que afeta positivamente o desenvolvimento econômico no longo prazo também.

Em termos de combate à pobreza, aumento da escolaridade, melhores condições de saúde às gestantes e crianças e, inclusive no que tange à preservação do meio ambiente, pode-se dizer que não seria de todo mal que as novas estimativas se concretizassem. Uma contrapartida futura poderia ser o envelhecimento populacional, mas sabemos que para um país onde crianças passam fome, este seria um problema de segunda ordem – diferentemente de países de primeiro mundo.

As informações desta coluna são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews e das instituições com as quais ele possui ligação. 

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