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Opinião

Cafu é como um investimento de renda fixa para a Copa do Mundo; entenda

Jogador é a figura mais segura para realizar a publicidade do campeonato.

Cafu | Imagem de divulgação Toshiba

Prepare-se. Nos próximos três meses, você verá o Cafu por todos os lados. Na tela do celular, naquela TV que fica no elevador, na propaganda da televisão, no site que você visitar… Só nesta primeira semana de agosto, Havan, Toshiba e McDonald’s anunciaram que farão ações com o ex-jogador e capitão do pentacampeonato mundial do Brasil no distante ano de 2022. 

Além disso, ele volta e meia aparece em publicidade da Adidas e, ainda, é embaixador da Copa contratado pelo governo do Qatar.

Cafu é o investimento em renda fixa do mercado publicitário em ano de Copa do Mundo. Não é aquela ação que vai te dar os maiores lucros, mas é um rendimento seguro para quem quer se associar ao Mundial sem comprometer grande parte da verba disponível e passando uma boa imagem para o público além do fanático por futebol.

Desde 2010 que é assim. Mas por que todos querem Cafu? Uma série de fatores ajuda a explicar esse fenômeno. 

Cafu é o último jogador a levantar a Copa do Mundo pelo Brasil. O gesto eternizado por ele em Yokohama, com a frase “100% Jardim Irene” estampada na camisa, ajudou a fazer com que seu rosto se tornasse popular. Mas não é só isso que explica.

Dos jogadores campeões na Ásia em 2002, ninguém conseguiu manter a imagem tão associada à seleção brasileira e ao penta como o ex-lateral. Marcos virou o tio palmeirense brincalhão nas redes sociais. Ronaldo virou dono de clube. Ronaldinho Gaúcho fez rolês aleatórios por vários times e segue até hoje aparecendo onde menos e quando se espera.

Da mesma forma, ninguém conservou tanto a imagem do atleta vencedor de 2002 quanto Cafu. A gente olha para ele 20 anos depois e parece que nada mudou. Dá até para imaginar que ele está mais em forma e jovem do que Daniel Alves para assumir a lateral-direita no Qatar…

E, o ponto que talvez seja mais importante, Cafu tem a melhor relação custo-benefício entre os campeões de 2002. Sua imagem é facilmente identificada por todo tipo de gente, o que permite à marca conseguir uma associação direta com o futebol, a seleção brasileira e a Copa. 

Isso tudo a um custo muito mais baixo do que Ronaldo ou Ronaldinho. Sem o mesmo retorno de mídia, claro, mas com a garantia de que o sucesso da estratégia estará dentro da expectativa.

Pensa bem. Analisando tudo isso, se fosse para você investir num garoto-propaganda para a Copa do Mundo, em quem seria? Não tem como. Cafu é a renda fixa da publicidade em ano de Mundial. Não vai gerar milhões de retorno, mas você não corre o risco de perder dinheiro…

*Erich Beting é jornalista formado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) e especialista em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan. Começou a carreira no jornalismo esportivo na Folha de S.Paulo e, em 2005, idealizou e lançou a “Máquina do Esporte”, principal veículo sobre negócios do esporte no país. Foi ainda analista de negócios do esporte no UOL e Sportv, além de ter atuado como comentarista de futebol do BandSports. Venceu por duas vezes o Prêmio Comunique-se, na categoria de Melhor Jornalista de Marketing & Publicidade.

As informações desta coluna são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews e das instituições com as quais ele possui ligação. 

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