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O ESG vai te pegar em 2024: a maratona pela energia limpa

Msmo que você não queira, terá em sua carteira algum ativo que possua estratégia de sustentabilidade acoplada.

Esse é o segundo de um especial de 5 artigos com os temas mais quentes sobre investimentos sustentáveis que serão publicados nessa coluna, até porque, como dizia Edgar Fiedler, economista famoso por suas frases sobre previsões feitas por nós economistas: “quem faz previsões tende a aprender cada vez menos sobre cada vez mais, até que no final não sabem nada sobre tudo”.

Porém, como não desisto nunca, trago mais uma previsão e continuo afirmando que mesmo que você não queira você terá em sua carteira algum ativo que possua estratégia de sustentabilidade acoplada, com certeza a energia limpa será um desses investimentos que vão iniciar a maratona com força em 2024.

2 – A maratona pela energia limpa

O número 2 da lista dos temas mais quentes em 2024 que vão fazer os investidores no mundo migrarem seus recursos para investimentos sustentáveis será a onda volumosa de dinheiro que será investida em produtos que utilizem energia limpa, tanto em 2024 quanto nos próximos anos. São diversos fatores que confirmam isso e fatos recentes que comprovam essa linha de raciocínio.

O principal fato ocorrido foi que os 199 países e a União Europeia decidiram na conferência climática das Nações Unidas (ONU), a COP28, realizada em dezembro do ano passado em Dubai, que passaremos pela maior transição energética já realizada pela humanidade que permita abandonar progressivamente o uso dos combustíveis fósseis para energia renovável.

A meta é 2050, e, apesar do texto elaborado na conferência não deixar muito claro se até esta data os países terão que abandonar completamente a dependência de energias fósseis ou se ocorrerá uma redução gradual até que as energias limpas se tornem predominantes nas matrizes energéticas, a maratona já se iniciou, e a China já corre muito na frente.

Um dos símbolos dessa corrida é a migração para meios de transportes eletrificados. Vejam isso, há apenas cinco anos, a China exportava apenas um quarto dos carros que o Japão, então o maior exportador mundial. No início do mês de janeiro, segundo a revista The Economist, a indústria chinesa exportou mais de 5 milhões de carros em 2023, superando o total japonês, todos com motores elétricos.

A maior fabricante de automóveis da China, a BYD, vendeu 0,5 milhão de veículos elétricos no quarto trimestre, deixando a Tesla comendo poeira.

BYD
Adobe Stock

Apesar do Brasil não ser competidor nesse mercado no que tange a propriedade dessas empresas, ele é sim um hub das montadoras na América Latina e pode lucrar muito com isso. O que se espera é uma enxurrada de investimentos chineses que trouxe montadoras como GWM ou a própria BYD, que já prometeram em conjunto mais de 15 bilhões de reais em investimentos na fabricação desses veículos no país.

Mas não estamos falando somente de investimentos em produtos que utilizam energia limpa como o carro, a maior enxurrada de investimentos virá da migração completa para energias renováveis, o que para nós é mais fácil porque já possuímos uma matriz energética bem limpa.

No entanto, veremos a partir de 2024 muitos recursos migrarem para esse tipo de portfólio de energia e infraestrutura com retornos que podem ser bem interessantes em um universo de longo prazo, incentivando toda a nossa indústria a se reindustrializar sustentavelmente, fiquem de olho nisso.

Ou seja, temos que aproveitar esses incentivos, em breve eles também se encerram, principalmente, quando os retornos financeiros dos projetos sustentáveis diminuírem ou quando os custos de capital se tornarem mais caros para as empresas. De qualquer maneira, mesmo não fazendo nada, o ESG vai te pegar em 2024…

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