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Especial COP27: dinheiro ‘rápido’ para salvar o mundo

A COP27 começou no dia 7 e vai até o dia 18 de novembro deste ano; veja destaques da primeira semana da Conferência.

Iceberg derretendo no oceano. Aquecimento global e mudanças climáticas

Lá se foi a primeira semana da COP27, Conferência Internacional das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas que está ocorrendo no Egito. O resumo da 1ª semana do evento pode ser dividido em dois temas principais: 

  1. compensação financeira aos países pobres;
  2. mitigação das emissões de gases nocivos ao meio ambiente.

No fundo, ambos possuem a mesma narrativa, precisamos de dinheiro rápido para salvar o mundo dos desastres climáticos que se avizinham. Por esse motivo, um dos pontos mais citados pelos participantes é a urgência da implementação dos projetos necessários para mantermos as metas climáticas mundiais.

Uma das pautas principais dessa COP27 são as discussões sobre como financiar os países mais vulneráveis para se adaptarem e enfrentarem os desafios climáticos. Não por acaso, o Egito, como anfitrião e organizador, colocou esse item na agenda da Conferência.

O motivo desse item ter sido tão debatido na primeira semana é que foi apresentado um ranking composto pelos países que possuem as maiores emissões de gases nocivos ao efeito estufa desde a Revolução Industrial. Os Estados Unidos lideram o ranking com 25% do total das emissões. Os países da Europa reunidos formam a outra metade, com 22%. O restante é composto pelos demais países. O Brasil é responsável pela emissão de 0,9% do total.

Com esses números nas mãos, os países mais vulneráveis, menos causadores dos problemas climáticos que enfrentamos querem que um dos resultados dessa COP sejam políticas de financiamento que saiam com celeridade para evitarem desastres como o ocorrido no Paquistão, em outubro passado.

O país, responsável por apenas 1% das emissões de gases de efeito estufa no mundo, e que sofreu recentemente com enchentes que deixaram 1/3 de seu território alagado, matando muitos paquistaneses, é um dos exemplos mais usados para exigir uma compensação financeira dos países mais ricos. A ONU, na ocasião, classificou essas enchentes como desastre climático. 

Na primeira semana da COP27, não houve consenso sobre como compensar os países mais pobres por esses feitos negativos. Espera-se que o assunto esteja no documento final da Conferência com os resultados do conclave.

O outro tema principal que veio dominando os debates é como implementar projetos que mitiguem as emissões dos gases nocivos. A solução – além de financeira – também está em como aumentar a ambição dos países em relação às suas metas de redução de emissões, a chamada NDC, ou, acrônimo em inglês para Contribuição Nacionalmente Determinada.

Os debates giram em torno da necessidade dos países que assinaram o Acordo de Paris de aumentarem suas ambições, ajustando suas metas de emissão. Poucos países revisaram suas NDCs, a Austrália foi uma das poucas, e está virando exemplo.

A COP27 está sendo conduzida em cima dos progressos feitos nas últimas conferências climáticas. Na anterior, COP26, os líderes mundiais e a ONU concentraram seus esforços no aumento do comprometimento dos países no combate aos efeitos climáticos negativos. Nessa, o dinheiro rápido para salvar o mundo é o tema central. 

Alexandre Furtado é Presidente do Comitê de Informações ESG da Fundação Getúlio Vargas, Sócio e Diretor de ESG da Grant Thornton.

As informações desta coluna são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews e das instituições com as quais ele possui ligação. 

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