A criação de moedas digitais próprias de bancos centrais têm chamado a atenção da comunidade global dos BCs. Uma parte significativa deles está estudando, explorando ou testando projetos, aspectos operacionais e tecnológicos de um sistema de CBDC (sigla de Central Bank Digital Currency). Esta é uma moeda alternativa, mas com o mesmo valor do dinheiro fiduciário.
Agora, o Brasil deu o pontapé inicial e começou de fato a fabricar sua própria moeda – uma stablecoin pareada ao real. Este será o real digital (CBDC). A previsão de lançamento das moedas ‘pilotos’ se dará no segundo semestre de 2023 e, depois de realizados os testes, a moeda será lançada de forma oficial. A previsão é para que isso aconteça até final de 2024.
A diferença entre o real digital para a moeda atual é que o primeiro não vai poder se converter em cédulas. Então as pessoas que utilizarem ele vão receber códigos gerados pelo Banco Central em uma carteira online.
Mas esse movimento não é um fato isolado do Brasil. Países bem diferentes entre si, como China, Bahamas e Nigéria estão os projetos em plena operação. Já Singapura, Suécia, Japão e Coreia do sul estão com testes bem adiantados. Uruguai e Canadá, estão em fase piloto. E tem ainda outros países que se encontram logo atrás, nas chamadas “provas de conceito”.
Segundo o Atlantic Council, 15 países estão atualmente testando uma moeda digital própria; 11 países já lançaram; 26 estão ainda em desenvolvimento; e 46 seguem em fase de pesquisas.
Os Estados Unidos não estão liderando essa inovação já que há muitas discussões sobre o projeto na Câmara. As reações a um dólar digital provocaram uma ampla divisão entre os norte-americanos.
Segundo o BIS, que é o Banco de Compensações Internacionais, mais de 80% dos Bancos Centrais do mundo estão desenvolvendo moedas digitais.
Quanto às moedas que serão criadas, elas serão do tipo stablecoin, isto é, uma moeda digital que tem paridade de um para um com a moeda oficial do país. O real digital vai ter paridade um pra um com o real físico. O dólar digital, um para um com o dólar físico. E isso com a robustez e a garantia do respectivo Banco Central.
A ideia do real digital e de outras moedas digitais nacionais é de criar uma versão paralela a moeda fiduciária no país, de modo que ela esteja representada dentro do mundo de finanças criptográficas. No entanto, é normal a especulação em torno do fim do dinheiro de papel. Será que em um futuro próximo não vai mais haver impressão de papel moeda? E o que isso significa para as finanças?
Assista ao Criptonews, como Dony De Nuccio, e entenda o que se sabe até agora sobre o real digital.
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