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Taylor Swift: NFTs poderiam ter evitado cambistas de ingressos

A emissão de ingressos em formato de NFT já é uma realidade em eventos como festivais e turnês de artistas renomados.

*ARTIGO

No mundo do entretenimento, problemas relacionados a cambistas e ingressos falsos têm sido recorrentes, causando frustração tanto para os fãs quanto para os organizadores de eventos. 

Diversos casos emblemáticos, como o fiasco do Fyre Festival em 2017 e a recente turnê The Era de Taylor Swift, destacam a urgência de encontrar meios para evitar tais problemas.

Com seus “fura fila”, os cambistas deixam a maioria dos fãs reféns de conseguir ingressos apenas pelos seus preços astronômicos em um mercado paralelo — o que é uma prática ilegal.

Taylor Swift no Grammy em Los Angeles, Califórnia, EUA 5/2/2023 REUTERS/David Swanson/Arquivo

Esse tipo de fraude tem prejudicado a experiência dos fãs e gerado uma perda significativa de receita para os artistas e promotores de eventos. O lado bom é que uma dessas possíveis soluções com enorme potencial de mudar completamente o cenário já existe e se chama NFT (token não fungível).

Como os NFTs solucionam o problema?

Embora inicialmente — erroneamente — associados aos memes, os NFTs oferecem uma alternativa viável para garantir a autenticidade de algo. Isso porque eles possuem uma peculiaridade: cada ativo (neste caso, um token) emitido na tecnologia possui um registro único e imutável.

Ao utilizar blockchain, o NFT proporciona segurança, transparência e rastreabilidade ao item do qual representa. No caso dos ingressos, torna-os exclusivos e impossíveis de serem falsificados.

Essa característica dos NFTs resolve um dos principais desafios enfrentados pela indústria do entretenimento, garantindo a integridade dos bilhetes para evitar que os fãs sejam vítimas de fraudes.

A emissão de ingressos com NFT já existe

Apesar de ainda ser pouco difundido, NFT como forma de ingresso já aconteceu diversas vezes ao redor do mundo e há vários exemplos recentes.

Um deles foi do Festival de Cinema de Tribeca, realizado nos EUA, que adotou os NFTs como forma de garantir o acesso a áreas VIPs e experiências exclusivas. O outro, do cantor Milton Nascimento, que utilizou os NFTs como ingresso na última turnê de se aposentar dos palcos neste ano, oferecendo aos fãs uma cópia de um desenho feito pelo próprio cantor como um item colecionável.

Apesar de ter ganhado popularidade pelos memes, esses casos de uso demonstram que o NFT é viável e eficaz para emitir ingressos. A tecnologia está sendo testada e aprovada, e é apenas uma questão de tempo até que se torne uma prática dominante em muitos setores do cotidiano.

Mais do que piada digital

Os NFTs também conseguem oferecer uma série de vantagens adicionais para produtores e consumidores do setor, como a possibilidade de proporcionar novas experiências e oferecer acesso VIP a um produto ou serviço.

A título de exemplificação, ao adquirir um ingresso em formato de NFT os fãs podem ter acesso a conteúdos exclusivos, meet & greets com os artistas e até mesmo brindes digitais relacionados ao evento. Por consequência, isso pode aumentar o vínculo emocional entre eles e aumentar os lucros de tais artistas.

NFT
Bored Apes exibido no restaurante Bored & Hungry em Long Beach, Califórnia. (Crédito: Bloomberg)

Por fim, a utilização de contratos inteligentes (smart contracts) dos NFTs permite que os organizadores de eventos definam regras específicas para a venda e revenda dos ingressos e até mesmo estabelecer um percentual de lucro que os revendedores podem obter. 

Tirando o óculos do preconceito

O conceito de NFTs foi erroneamente associado a uma ideia de elitismo e especulação financeira, pois vão muito além de tal ‘rótulo’.

A indústria de ingressos, tão ligada ao meio de entretenimento, tem o potencial de colocar essas discussões em jogo e eliminar – ou diminuir – o viés preconceituoso em torno dos NFTs. Especificamente nela, os NFTs podem ser vistos como uma ferramenta que impulsiona a democratização, segurança e acesso.

À medida que o mundo avança para um futuro cada vez mais digital, abraçar essa inovação, seja ou não por meio ‘forçado’, é uma questão de tempo.

Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano.

*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.

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