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Economia

3 fatos para hoje: greve dos aeronautas; ministérios do governo Lula

Pilotos e comissários de bordo rejeitaram em assembleia neste domingo (18) a proposta feita por empresas aéreas e mantiveram o início da greve da categoria para esta segunda-feira (19).

1 – Aeronautas rejeitam proposta de empresas e mantêm início de greve para esta segunda-feira

Pilotos e comissários de bordo rejeitaram em assembleia neste domingo (18) a proposta feita por empresas aéreas e mantiveram o início da greve da categoria para esta segunda-feira (19).

Segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), 76,4% dos 5.767 participantes da reunião não aceitaram o acordo. As empresas propõem reajuste salarial pelo INPC, além de adicional de 0,5% para repor perdas inflacionárias, e a inclusão de uma cláusula na Convenção Coletiva de Trabalho que permita a compra de folgas dos tripulantes.

O sindicato reivindica que, além do aumento pelo INPC, o salário receba adicional de 5% para compensar perdas de 10% nos dois anos de pandemia. Os trabalhadores também exigem que as empresas respeitem as escalas de folga dos tripulantes e não programem jornadas de trabalho de mais de 3 horas em solo entre duas etapas de voo. As reivindicações são baseadas no alto valor das passagens aéreas e na melhora da situação financeira das empresas, de acordo com o SNA.

A entidade informa que a greve começará nesta segunda, com atraso dos voos programados para decolagem das 6h às 8h, nos aeroportos de Congonhas, Guarulhos, Galeão, Santos Dumont, Viracopos, Porto Alegre, Brasília, Confins e Fortaleza. Após o período, os voos terão partida nos horários normais.

Segundo o presidente do SNA, Henrique Hacklaender, não haverá cancelamento de decolagens. A dinâmica permitirá ao sindicato cumprir decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que determinou que 90% dos tripulantes permaneçam em atividade durante a greve.

2 – Atingida pela Covid, Pequim tem casas funerárias e crematórios cheios

Carros funerários se alinharam na entrada de um crematório designado para mortos por Covid-19 na capital chinesa neste sábado (17), enquanto funcionários em dúzias de casas funerárias da cidade estavam mais ocupados do que o normal, dias após a China reverter rígidas restrições contra a pandemia.

A disseminação da variante Ômicron atingiu serviços como restaurantes e entrega de encomendas nos últimos dias em Pequim. Casas funerárias e crematórios na cidade com 22 milhões de pessoas também sofriam para acompanhar a demanda, com mais trabalhadores e motoristas testando positivo para coronavírus e faltando por questões médicas.

A China ainda não reporta oficialmente mortes por Covid-19 desde 7 de dezembro, quando o país encerrou abruptamente elementos chave de sua política de Covid zero que foi defendida pelo presidente Xi Jinping, após protestos públicos sem precedentes contra o protocolo.

Um instituto de pesquisa dos EUA disse esta semana que o país poderia ter uma explosão de casos e mais de um milhão de pessoas poderiam morrer de Covid em 2023. Um pico agudo de mortes testaria as tentativas das autoridades de afastar a China de testes frequentes, lockdowns e fortes restrições de viagens.

Neste sábado, um jornalista da Reuters viu cerca de 30 carros funerários parados na entrada que levava a uma casa funerária em Dongjiao, um crematório em Pequim designado às vítimas de Covid-19. Três das várias chaminés soltavam fumaça continuamente.

A alguns metros do crematório, em uma funerária, um jornalista da Reuters viu cerca de 20 sacos amarelos com corpos no chão. A Reuters não conseguiu estabelecer em um primeiro momento se as mortes eram devido à Covid-19.

O operador de segurança do estacionamento e o dono de uma loja no prédio da funerária, falando sob condição de anonimato, disseram à Reuters que o número de mortes estava acima da média para este período e em um patamar acima ao de antes da suspensão da maioria das limitações da pandemia em 7 de dezembro.

Trabalhadores doentes também afetaram as equipes ativas em aproximadamente uma dúzia de funerárias de Pequim.

A última vez que a autoridade sanitária da China relatou mortes por Covid-19 foi em 3 de dezembro. A última fatalidade relatada pela capital chinesa foi em 23 de novembro.

No entanto, o respeitado veículo chinês Caixin publicou na sexta-feira que dois jornalistas veteranos da imprensa estatal morreram após contrair Covid-19 em Pequim, entre as primeiras mortes que chegaram ao conhecimento público desde que a China desmontou suas políticas de Covid zero.

Mas a Comissão de Saúde Nacional publicou que não houve mudanças na contagem oficial de mortes por Covid-19 de 5.235 desde que a pandemia surgiu na província de Wuhan, em 2019.

Desde que suspendeu as restrições no começo deste mês, a China orientou sua população de 1,4 bilhão de pessoas a ficar em casa se tiver sintomas, com cidades ao redor do país se preparando para suas primeiras ondas de infecções.

Se as rígidas políticas de contenção tivessem sido suspensas mais cedo, como em 3 de janeiro deste ano, 250 mil pessoas na China teriam morrido, disse o epidemiologista chinês Wu Zunyon neste sábado.

Até 5 de dezembro, a proporção de pacientes com casos sérios ou críticos de Covid-19 havia caído 0,18% dos casos relatados, disse Wu, de 3,32% ano passado e 16,47% em 2020.

Isso mostra que a taxa de morte da doença na China está caindo gradualmente, disse, sem dar detalhes.

3 – Governo Lula terá 37 ministérios, diz Rui Costa

O futuro ministro da Casa Civil, Rui Costa, durante anúncio de ministros no CCBB Brasília. – Marcelo Camargo/Agência Brasil

O novo governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que assume no dia 1º de janeiro, terá 37 ministérios. As informações sobre estrutura foram anunciadas neste sábado (17) pelo governador Rui Costa, da Bahia, que será o ministro-chefe da Casa Civil no governo petista. Ele participou, em Brasília, de uma reunião com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e com Aloizio Mercadante, que coordenou os grupos de trabalho da equipe de transição. 

“Nós definimos os ministérios que foram desmembrados. Antes, eu quero reafirmar aqui um pedido do presidente, que foi, ao desmembrar os ministérios, não haver ampliação de cargos, ou seja, o custo e o volume de gastos se manter independente da quantidade de ministérios. Então, nós estamos finalizando a estrutura com 37 ministérios, incluindo aí os ministérios que buscam garantir a transversalidade de ações de governo”, revelou. 

Entre as pastas a serem recriadas e as novas estruturas, estão os ministérios das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Povos Originários. O atual Ministério da Economia será desmembrado em ministérios da Fazenda, da Indústria e Comércio, do Planejamento, além de uma pasta de Gestão. Este último ministério, uma das novidades anunciadas, será “para melhorar a qualidade da gestão pública, racionalidade, buscar redução do custeio da máquina pública, buscar melhorar o uso da tecnologia na oferta de serviços públicos para a população”, explicou Costa.

O atual Ministério da Infraestrutura será desmembrando em duas pastas, a dos Transportes, para cuidar das rodovias, e outra para portos e aeroportos. Serão recriados ainda os ministérios da Pesca, das Cidades, da Cultura e do Esporte, entre outros. 

De acordo com Rui Costa, não haverá aumento da máquina pública com a ampliação dos ministérios, apenas uma redistribuição de cargos. Apenas os cargos dos novos ministros é que serão criados, por meio de uma Medida Provisória (MP). “Não haverá criação de cargos, como eu disse, os cargos dos atuais ministérios serão redistribuídos, mas a figura do ministro precisa ser criada por lei”, ressaltou.

Sobre a possibilidade do presidente eleito se mudar para a Granja do Torto, uma das residências oficiais da Presidência da República em Brasília, Rui Costa disse que o local será inspecionado essa semana para verificação das condições. “O presidente só mudará para este e outros espaços depois de feitos os levantamentos de todas as pendências e tomadas todas as medidas de eventuais reparos necessários aos imóveis”. Por enquanto, Lula está hospedado em um hotel na região central da capital federal. 

Negociações políticas

O futuro ministro-chefe da Casa Civil afirmou que não há impasse entre a composição do novo governo e a votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que flexibiliza a regra do teto de gastos para a manutenção do Bolsa Família em R$ 600. Matérias veiculadas na imprensa nos últimos dias apontam que lideranças partidárias na Câmara dos Deputados estariam condicionando a aprovação da PEC a possíveis indicações para ministérios.  

“O presidente tem sido enfático que não quer misturar as duas coisas. Votação da Câmara com a escolha dos ministérios. Ele está sendo muito enfático, ele não irá misturar as duas coisas. A votação da Câmara, o presidente espera, nós esperamos, o povo brasileiro espera que a atitude da Câmara seja semelhante à do Senado. Ou seja, a votação ocorreu pela preocupação do Senado com o Brasil, com o povo brasileiro, com aqueles que mais passam necessidade no Brasil. O Senado, em momento nenhum, condicionou à uma negociação de ministérios ou de cargos, e a gente tem a confiança, crença, de que a Câmara fará a mesma coisa”, disse ele. 

(*Com informações de Reuters e Estadão Conteúdo)

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