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Economia

3 fatos para hoje: Japão mantém juros baixos, investigação de AMER3 e XP

BC do Japão manteve taxas de juros ultrabaixas desafiando as expectativas do mercado de que iria eliminar gradualmente seu programa de estímulo em meio à alta da inflação.

1- Japão mantém política monetária e iene cai

O banco central do Japão manteve nesta quarta-feira as taxas de juros ultrabaixas, incluindo um limite para o rendimento de títulos que tinha dificuldades para defender, desafiando as expectativas do mercado de que iria eliminar gradualmente seu programa de estímulo em meio à crescente pressão inflacionária.

A decisão inesperada derrubou o iene contra outras moedas e os rendimentos dos títulos tiveram a maior queda em décadas, conforme os investidores desistiam das apostas que fizeram ao antecipar que o banco central reformularia sua política de controle de rendimento.

Em vez de mudar seu programa de estímulo, o Banco do Japão criou uma nova arma para evitar que as taxas de longo prazo subam demais – um movimento que alguns analistas tomaram como sinal de que o presidente da autoridade monetária, Haruhiko Kuroda, irá adiar grandes mudanças durante os meses restantes de seu mandato, que termina em abril.

“Esta medida nos permitirá baixar as taxas de juros de longo prazo, sem afetar diretamente a oferta e demanda do mercado de títulos do governo japonês”, disse Kuroda em uma coletiva de imprensa. “Gostaríamos de usar esta ferramenta para vários vencimentos, e de várias maneiras.”

Após dois duas de reuniões de política monetária, o Banco do Japão manteve intactas suas metas de controle de curva de juros, fixadas em -0,1% para taxas de juros de curto prazo e em torno de 0% para o rendimento a 10 anos, por votação unânime.

O banco central também não fez nenhuma alteração em sua orientação que permite que o rendimento dos títulos de 10 anos movimente 50 pontos-base para cima ou para baixo em relação à sua meta de 0%.

“A incerteza em relação à economia do Japão é muito alta. É necessário apoiar a economia com nossa política de estímulo, para garantir que as empresas possam aumentar os salários”, disse Kuroda.

O dólar subiu brevemente 2,4%, para 131,20 ienes, com o anúncio do banco central, marcando o maior salto diário desde março de 2020, enquanto o índice de ações japonês Nikkei saltou 2,5%, para 26.791,12 pontos, maior nível de fechamento desde 19 de dezembro.

Os rendimentos dos títulos do governo japonês (JGB) caíram ao longo da curva, com o rendimento de referência de 10 anos deslizando para 0,37%, bem abaixo do teto de 0,5% do Banco do Japão e apresentando o maior declínio diário desde novembro de 2003 certo ponto.

2- B3 fornece dados para investigação sobre ‘insider trading’ na Americanas

Fachada de uma Lojas Americanas

O presidente-executivo da B3, Gilson Finkelsztain, disse que a empresa está fornecendo dados para ajudar a Comissão de Valores (CVM) determinar se houve uso de informações privilegiadas com ações da Americanas.

“Estamos repassando informações para a CVM para ajudar (a detectar se houve insider trading)”, disse Finkelsztain a jornalistas.

O executivo disse que as regras do Novo Mercado, segmento de listagem com regras mais rígidas de governança do qual a Americanas faz parte, não preveem exclusão de empresas envolvidas em escândalos ou fraudes.

“Esse é um assunto que pode ser discutido na próxima reforma das regras do Novo Mercado”, disse o presidente da bolsa, salientando que ainda não há uma data para isso acontecer.

Antes da Americanas, outra empresa do Novo Mercado envolvida num escândalo contábil foi a resseguradora IRB Brasil (IRBR3), em 2020. A companhia ainda faz parte do segmento.

Desde que a Americanas revelou na semana passada uma “inconsistência contábil” de R$ 20 bilhões, a empresa já perdeu mais de 80% do valor de mercado na bolsa.

Finkelsztain disse que B3 pode excluir a Americanas do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), mas que vai aguardar respostas a questões formuladas pela bolsa sobre o episódio. Segundo ele, o foco do mercado agora deveria ser na adoção de medidas para evitar que casos como esses se repitam.

A Americanas deu calote na véspera em juros da 17ª emissão de debêntures da companhia e a CVM já tem cinco processos abertos contra a varejista e a auditoria responsável pelas contas da empresa, a PwC.

Planos

Finkelsztain disse que, apesar da maré baixa do mercado de renda variável, diante do ciclo de alta de juros que fez o Brasil fechar 2022 sem uma única estreia na bolsa, há chance de retomada das ofertas iniciais de ações (IPOs) neste ano.

Ele citou entre os setores que vê com maiores chances de levar novas companhias ao pregão os de energia e de saneamento, que têm encontrado interesse de investidores, mesmo no atual cenário.

“São mais histórias de empresas com valor do que de alto crescimento”, afirmou ele, prevendo que as novas listagens possam começar a partir de abril.

Com um período longo sem estreias de empresas no mercado e com volume menor no mercado à vista, a B3 tem apostado cada vez mais em novas linhas de negócios, como na oferta de soluções baseadas em dados, o que acelerou com a compra das plataformas de tecnologia Neo e Neurotech.

Em 12 meses até setembro, a operadora de infraestrutura de mercado obteve cerca de 500 milhões de reais em receitas com a venda de soluções baseadas em dados. A previsão de Finkelsztain é de que o faturamento dessa divisão deve crescer ao ritmo de dois dígitos anualmente nos próximos três a cinco anos.

3- Entrada líquida de recursos na XP recua 36% no 4º tri

A XP divulgou na véspera que a entrada líquida de recursos no quarto trimestre caiu 36% sobre um ano antes, para R$ 31 bilhões, enquanto a base de clientes ativos cresceu 14%, para 3,9 milhões, segundo comunicado.

Os ativos dos clientes totalizaram R$ 946 bilhões no fim de 2022, alta de 16% no ano, impulsionada em parte pela entrada líquida de recursos de 155 bilhões de reais.

A base de agentes autônomos da XP cresceu 20% na comparação anual, para 12,3 mil.

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