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Economia

3 fatos para hoje: Lucro da Taesa; juros futuros devem passar por ajuste

E mais: para Haddad, voto de Campos Neto no Copom foi técnico.

1 – Taesa tem lucro líquido de R$ 220,4 mi no 2º tri

A transmissora de energia Taesa (TAEE11) registrou lucro líquido de R$ 220,4 milhões no segundo trimestre deste ano, queda de 60,9% na comparação com o mesmo período de 2022, conforme balanço divulgado nesta quarta-feira.

Já o lucro regulatório, que reflete a geração de caixa da companhia e segue certos padrões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), foi de 246,4 milhões de reais, alta de 73,9% na mesma base de comparação, como resultado, principalmente, da entrada em operação de novos empreendimentos, segundo a companhia.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) regulatório totalizou R$ 534,9 milhões, alta de 15,1% ano a ano.

Paralelamente, a empresa ainda divulgou em comunicado que seu Conselho de Administração aprovou a distribuição de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) da ordem de R$ 313,4 milhões, sendo R$ 97,2 milhões a título de dividendos e R$ 216,2 milhões na forma de JCP.

Linhas de transmissão de energia elétrica
Linhas de transmissão de energia elétrica REUTERS/Ueslei Marcelino

2 – Para Haddad, voto de Campos Neto no Copom foi técnico

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o voto do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pela redução da taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na véspera foi baseado inteiramente em critérios técnicos e não representou uma concessão às críticas do governo.

“Eu tenho certeza, até por conhecê-lo já há oito meses, que o presidente do BC votou com aquilo que ele domina em economia. É um voto técnico, calibrado à luz de tudo o que ele conhece da realidade do país. O fato de que nós estamos, nesse momento, alinhados em torno da decisão não significa que houve concessão do BC. Era uma situação de votação apertada mesmo, por várias opiniões no mercado”, afirmou Haddad em entrevista a jornalistas na sede do ministério.

Depois de fortes críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros membros do governo, incluindo o próprio Haddad, ao patamar elevado da taxa básica, o BC decidiu reduzir a Selic para 13,25%, o primeiro corte na taxa desde agosto de 2020, e afirmou ser possível uma nova baixa de 0,50 ponto percentual em setembro.

Na reunião desta quarta-feira, cinco membros da diretoria do BC votaram por um corte de 0,50 ponto percentual na Selic, incluindo Campos Neto e o novo diretor de Política Monetária da autarquia, Gabriel Galípolo, ex-secretário executivo da Fazenda. Os outros quatro membros votaram por uma redução de 0,25 ponto percentual.

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad  28/02/2023 REUTERS/Adriano Machado

Haddad ressaltou que o diálogo constante entre a área econômica do governo e a autoridade monetária foi um dos elementos cruciais que contribuíram para o ajuste, assim como os efeitos positivos no cenário macroeconômico das medidas elaboradas pelo governo no primeiro semestre.

“Eu falo aqui do ponto de vista institucional, de uma área econômica… Eu posso assegurar que o diálogo, tanto entre nós quanto das nossas equipes, foi o mais elevado possível. Nunca faltou uma abertura de nenhum lado para sentar e dialogar a respeito das decisões concretas que precisam ser tomadas”, disse Haddad.

“Saúdo o presidente Roberto Campos pela interlocução, vamos continuar mantendo um nível de debate. Temos um caminho bom pela frente, longo, de parceria”

fernando haddad

O ministro aproveitou para reiterar compromisso com a responsabilidade fiscal e com o combate à inflação, que, segundo ele, deve ficar mais fácil após o movimento de baixa da Selic. Haddad disse que a queda vai ajudar “muito” nas expectativas e ele espera repetir, durante os próximos meses, o sucesso das medidas do governo do primeiro semestre, apesar do cenário desafiador para 2024.

“A inflação está controlada e a economia vai começar a se replanejar. Nós não estamos no fim de um trajeto, nós concluímos o primeiro ciclo de medidas. É o começo de um trabalho que será longo. Nós temos grandes desafios pela frente e o próprio comunicado do Copom deixa claro que vai manter um passo aguardando os desdobramentos dos trabalhos junto ao Congresso Nacional, junto ao Poder Judiciário, para que tudo concorra para o bem da economia brasileira. Então, eu saio mais otimista hoje”, disse.

Questionado sobre os ajustes futuros do Copom, Haddad afirmou acreditar que a decisão do BC sinaliza que o governo está na direção certa e representa um avanço no sentido do crescimento econômico sustentável para todos.

Segundo ele, se a área econômica conseguir manter sua trajetória atual, a próxima leva de medidas da Fazenda que serão enviadas ao Congresso, junto com o Orçamento federal para o próximo ano, resultará em mais reduções dos juros, uma queda da inadimplência e um horizonte de planejamento maior.

3 – Juros futuros curtos tendem a passar por ajuste de baixa

As taxas dos contratos futuros de juros com prazos mais curtos tendem a passar por um ajuste de baixa esta quinta-feira (3), após o Copom promover corte de 0,50 ponto percentual da Selic, para 13,25% ao ano, contrariando parte do mercado, avaliaram economistas ouvidos pela Reuters.

Nos últimos dois dias, a curva a termo brasileira passou a precificar chances maiores de o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central cortar a taxa básica em 0,25 ponto percentual, e não em meio ponto.

Perto do fechamento do mercado de juros futuros na quarta-feira (2), por exemplo, a curva precificava 58% de chances de corte de 0,25 ponto e outros 42% de probabilidade de corte de 0,50 ponto. Como o corte foi de meio ponto, a tendência é de um ajuste da curva nesta quinta-feira.

“A decisão do Copom foi dividida, apertada. Nós víamos isso no mercado, inclusive”, disse o economista-chefe do banco Bmg, Flavio Serrano, destacando o fato de a decisão do Copom ter sido dividida, com 5 votos a 4 pelo corte de 0,50 ponto percentual.

Além de optar por um corte maior, o colegiado sinalizou a intenção de promover novas reduções de meio ponto nas próximas reuniões.

“Deve ocorrer um ajuste importante na curva nesta quinta-feira. Até o contrato para janeiro de 2024, as taxas podem cair cerca de 15 bips. Daí até o contrato para 2027, o ajuste pode chegar a 20 bips. Do contrato de 2027 para frente, as quedas tendem a ser menores”, pontuou Serrano.

Para Andrea Damico, sócia e economista-chefe da Armor Capital, pode haver de fato algum fechamento da curva a termo entre os contratos de curto prazo, já que nos últimos dois dias parte do mercado migrou suas apostas para um corte de 0,25 ponto percentual.

“Mas não vejo um ajuste na curva longa. Além disso, o Copom deixou muito claro que pretende cortar 0,50 ponto nas próximas reuniões”, pontuou Damico. “Isso é importante para tirar eventual euforia que o mercado poderia ter amanhã (quinta-feira), de buscar 75 pontos-base (de corte). Foi uma tentativa do BC de ancorar as expectativas em 50 pontos-base.”

A economista pondera ainda que a divisão tende a desaparecer na próxima reunião do Copom, marcada para 19 e 20 de setembro.

“Aqueles que votaram por 50 pontos agora já vão continuar votando por 50 pontos na próxima reunião. E aqueles que votaram por 25 pontos também votariam em 50 na próxima”, avaliou.

Com Reuters

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