1 – Contração da zona do euro perde força em novembro mas demanda ainda cai, mostra PMI
A contração da atividade empresarial da zona do euro diminuiu ligeiramente em novembro, mas a demanda geral continuou a diminuir à medida que os consumidores cortaram gastos em meio a uma crise de custo de vida, mostrou uma pesquisa nesta quarta-feira (23).
Crescem as evidências de que o bloco está entrando em recessão e, em pesquisa da Reuters divulgada na terça-feira, economistas deram uma chance de 78% de uma acontecer dentro de um ano, com a expectativa de que o PIB caia 0,4% neste trimestre e no próximo.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI) Composto preliminar da S&P Global, visto como um bom indicador da saúde econômica geral, subiu de 47,3 em outubro para 47,8 em novembro, ante expectativas de queda para 47,0 em pesquisa da Reuters.
Entretanto, novembro é o quinto mês em que o índice fica abaixo da marca de 50 que separa crescimento e contração.
“Uma nova queda na atividade empresaial em novembro aumenta as chances de a economia da zona do euro cair em recessão”, disse Chris Williamson, economista-chefe de negócios da S&P Global Market Intelligence.
“Entretanto, os dados do PMI de novembro também trazem algumas boas notícias. Em particular, a taxa geral de declínio diminuiu em comparação com outubro.”
A atividade no setor de serviços, dominante no bloco, diminuiu novamente, com o índice igualando a mínimo de 20 meses de outubro de 48,6. Pesquisa da Reuters apontava leitura de 48,0.
A atividade manufatureira, particularmente atingida pelo aumento dos preços da energia e pela interrupção das cadeias de abastecimento, também diminuiu, mas a um ritmo mais lento. O índice subiu de 46,4 para 47,3, acima da estimativa de 46,0.
2 – Pacheco: Congresso não deve apoiar Bolsa Família fora do teto permanentemente
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta terça-feira (22) que retirar o Bolsa Família de forma permanente do teto de gastos – a regra que limita o crescimento das despesas do governo à variação da inflação – não encontra “ressonância” no Congresso.
“Me parece que a pretensão do governo, de fato, é o maior tempo possível, ou seja, o prazo de quatro anos. A lógica de se ter um prazo indefinido, ou seja, determinar a retirada do teto de gastos públicos o Bolsa Família integralmente, já está claro que não encontra ressonância no Congresso Nacional”, disse Pacheco, na coletiva.
Na semana passada, a equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entregou ao Legislativo o texto preliminar da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que retira o programa social fora da regra fiscal por período indefinido. Mas o texto ainda está em negociação por senadores e deputados.
“Há pontos que são controvertidos, que serão objeto de debate tanto no Senado, quanto na Câmara dos Deputados, em relação ao tamanho desse espaço fiscal e em relação ao tempo dessa exceção ao teto de gastos e ao próprio questionamento da melhor forma de âncora fiscal no Brasil”, disse Pacheco, em coletiva de imprensa no Senado.
Em reunião com deputados de esquerda nesta terça, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também sinalizou que seria mais fácil aprovar a PEC se a “licença para gastar” fosse apenas em 2023. Provável relator da proposta no Senado, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), também disse à equipe de Lula que o prazo de um ano seria mais favorável.
Sem consenso
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), reforçou que ainda não há consenso no Congresso sobre o texto da PEC da Transição. De acordo com o senador, o calendário de tramitação da PEC depende da apresentação do texto.
Mais cedo, o líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (MG), declarou que a votação estava marcada para 29 de novembro no Senado. “O calendário depende, naturalmente, da apresentação da Proposta de Emenda à Constituição. Uma vez apresentada, ela terá o trâmite no Senado regular, regimental, primeiro na Comissão de Constituição e Justiça. Haverá discussão própria, debate”, declarou Pacheco. Depois de passar na CCJ, a PEC vai a plenário.
3 – Itaú contrata Carlos Menezes, da Gauss, para Tesouraria
O Itaú Unibanco (ITUB3, ITUB4) contratou Carlos Menezes, da Gauss Capital, para integrar a tesouraria proprietária do banco, disse uma pessoa com conhecimento do assunto.
Menezes fará parte da mesa de trading de renda fixa e reportará diretamente a André Baum, responsável pela mesa, disse a pessoa, que pediu para não ser identificada porque a discussão não é pública. Ele deve começar na função até o fim do ano e já se desligou da gestora, acrescentou a pessoa.
O Itaú confirmou a informação por meio de sua assessoria de imprensa. Gauss e Menezes declinaram pedidos de comentário.
Ele foi um dos fundadores da gestora, onde ocupou as posições de sócio e gestor de renda fixa. A casa hoje possui R$ 1,6 bilhão sob administração, de acordo com dados da Anbima.
Anteriormente, Menezes já havia passado pela gestão dos fundos do Credit Suisse e, também, pela tesouraria proprietária do Itaú.
(*Com informações da Reuters, Estadão Conteúdo e Bloomberg)
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