1 – Atividade empresarial da zona do euro volta contrair em agosto, mostra PMI
A atividade empresarial em toda a zona do euro contraiu por um segundo mês consecutivo em agosto, uma vez que a crise do custo de vida forçou os consumidores a reduzir gastos, enquanto as restrições de fornecimento continuaram a prejudicar os fabricantes, mostrou uma pesquisa nesta terça-feira (23).
A economia global está cada vez mais em risco de cair em recessão, já que a invasão russa da Ucrânia e os rigorosos lockdowns contra a Covid-19 na China danificaram ainda mais as cadeias de abastecimento.
Enquanto isso, os consumidores estão enfrentando a maior inflação em uma geração e que força os bancos centrais a apertar a política monetária agressivamente, justamente no momento em que as economias precisam de apoio.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI) Composto da S&P Global, visto como um bom guia para a saúde econômica geral, caiu de 49,9 em julho para 49,2 em agosto, pouco acima da expectativa em pesquisa da Reuters para uma queda maior para 49,0.
Leitura abaixo de 50 indica contração, e a preliminar de agosto foi a mais baixa desde fevereiro de 2021.
“O declínio contínuo do PMI em agosto sugere que uma recessão no semestre do inverno é cada vez mais provável”, disse Christoph Weil, do Commerzbank.
A retração na Alemanha, a maior economia da Europa, se aprofundou em agosto, mostrou pesquisa separada do PMI, depois de as empresas virem a demanda ser afetada por uma combinação de inflação alta, aumento das taxas de juros e incerteza econômica.
A economia da França contraiu pela primeira vez em um ano e meio, de acordo com seu PMI, já que a demanda mais fraca e as pressões inflacionárias também atingiram as empresas do país.
Sugerindo que há pouca esperança de uma reviravolta iminente na zona do euro, a demanda geral no bloco caiu por um segundo mês. O subíndice de novos negórcios chegou a 47,7, de 47,6 em julho.
O PMI do setor de serviços do bloco recuou de 51,2 para 50,2, abaixo dos 50,5 previstos na pesquisa da Reuters. A atividade industrial, por sua vez, caiu novamente este mês. O PMI de indústria recuou de 49,8 para 49,7, menor leitura desde junho de 2020.
2 – Bancos chineses inflam números com pressão por mais crédito
Os bancos chineses têm recorrido a práticas incomuns para inflar seus volumes de empréstimos enquanto lutam para atender à pressão do governo para injetar mais crédito em uma economia assolada por bloqueios de Covid e um mercado imobiliário em crise.
Com clientes relutantes em assumir dívidas à medida que o crescimento econômico desacelera, alguns bancos estatais concedem empréstimos a empresas ao mesmo tempo que permitem que elas depositem fundos com a mesma taxa de juros, de acordo com executivos de seis bancos que conversaram com a Bloomberg News sob condição de anonimato.
Outros tomam empréstimos uns dos outros por meio de acordos de financiamento de curto prazo que podem ser camuflados como novos empréstimos para aumentar os volumes, disseram os executivos.
Não ficou imediatamente claro o quão difundida essa prática se tornou. A Comissão Reguladora de Bancos e Seguros da China e o Banco Popular da China não responderam imediatamente a pedidos de comentário.
A China enfrenta um desemprego entre jovens em nível recorde de 20% e alguns analistas preveem que a economia crescerá apenas 3% este ano. Cortes na taxa básica de juros e apelos para que os bancos aumentem empréstimos a construtoras, governos locais e pequenas empresas até agora não conseguiram impulsionar o crédito, que registrou o menor aumento em pelo menos cinco anos no mês passado.
Uma importante fornecedora de equipamentos eletrônicos em Zhejiang, no leste da China, oferece um bom exemplo da dificuldade que os bancos enfrentam. A empresa, cujos clientes incluem a Schneider Electric da França, recebeu ofertas de empréstimos de uma dúzia de credores a juros em mínimas recordes, mas não tem planos de contrair dívida em meio a perspectivas duvidosas.
“Não estamos considerando tomar empréstimos porque nosso caixa pode cobrir totalmente nossas operações e crescimento modesto”, disse o CEO da empresa. “Os surtos de Covid e a desaceleração do setor imobiliário tiveram um impacto sobre nós.”
O BC chinês disse na segunda-feira (22) que, além de apoiar a economia real, os bancos devem aumentar o apoio ao crédito para pequenas e microempresas, desenvolvimento verde, inovação científica e tecnológica e outros campos.
“Devemos consolidar as bases da recuperação econômica e do desenvolvimento com um senso de urgência que não pode esperar”, disse a autoridade monetária.
Enquanto isso, a S&P estima que os credores chineses podem enfrentar perdas de até US$ 350 bilhões no financiamento imobiliário. Em junho, os empréstimos ao setor caíram pela primeira vez em uma década. Os empréstimos ruins também aumentaram em quase 107 bilhões de yuans (US$ 16 bilhões) no primeiro semestre do ano, para 2,95 trilhões de yuans.
3 – Mendonça, do STF, pede a reguladores detalhes sobre política de preços da Petrobras
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça determinou nesta segunda-feira (22) que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) prestem informações, em 5 dias, sobre medidas e cronogramas relacionados à transparência e regularidade dos preços dos combustíveis praticados no país, citando a política adotada pela Petrobras (PETR3, PETR4).
A decisão do ministro ocorreu no âmbito de Ação Direta de Inconstituionalidade que trata da incidência do ICMS e da transparência na formação do preço em relação aos combustíveis, e após a análise de informações prévias fornecidas pela Petrobras, pela ANP e pelo Cade.
No caso da ANP, o relator pede que “no prazo de 5 dias, deverá apresentar cronograma específico e detalhado, em que reporte, minuciosamente, as ações e medidas a serem adotadas, com prioridade, nos próximos 30 dias, no tocante à regulação e fiscalização das atividades econômicas integrantes da indústria do petróleo, do gás natural e dos biocombustíveis, mormente em face da Petrobras e de sua política de formação de preços”.
Ao referir-se ao Cade, Mendonça determina que “no prazo de 5 dias, a autarquia apresente cronograma específico e detalhado em que reporte, minuciosamente, as ações e medidas a serem adotadas, com prioridade, nos próximos 30 dias”.
O ministro argumentou que “tais medidas devem evidenciar o escorreito exercício dos deveres atribuídos ao Cade no Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência, com vistas a apurar a regularidade da atuação da Petrobras na formação de preços ao consumidor brasileiro, em vista de sua condição de formadora de preços ao consumidor brasileiro, nos termos da legislação de regência”.
Ao concluir sua decisão, o ministro afirma que ANP e Cade devem adotar as providências determinadas com o objetivo de conferir transparência sobre a política de preços da Petrobras e a regularidade dessa política à luz da legislação vigente.
4 – Brasil e EUA reforçam cooperação para promover energia limpa
Brasil e Estados Unidos reforçaram nesta segunda-feira (22) o compromisso de cooperação mútua em energia, lançando mais uma frente nesse sentido, durante reunião ministerial do Fórum de Energia EUA-Brasil (USBEF, em inglês), em Washington, informou o departamento de energia norte-americano.
O evento, que teve a presença da secretária de Energia dos EUA, Jennifer Granholm, e do ministro brasileiro de Minas e Energia Adolfo Sachsida, foi criado como uma forma de colaboração entre os países em questões técnicas, regulatórias e políticas de interesse conjunto.
Granholm e Sachsida endossaram a cooperação bilateral em três áreas: gestão de carbono e metano, além de sequestro e armazenamento de carbono; continuidade e expansão da cooperação em energia nuclear civil; e aumento da cooperação em energia renovável e eficiência energética, principalmente em setores estratégicos como hidrogênio limpo, energia eólica offshore, entre outros.
Depois do evento, a secretária e o ministro inauguraram o Diálogo da Indústria de Energia Limpa EUA-Brasil (CEID, em inglês), um novo fórum bilateral para promover a cooperação em energia limpa e liderado pela indústria e pelo setor privado dos dois países.
O lançamento, que ocorreu no Conselho Empresarial da Câmara de Comércio dos EUA, em Washington, estabeleceu cinco grupos de trabalho, com foco em hidrogênio limpo, energia eólica offshore, modernização e armazenamento de rede, combustíveis sustentáveis e gestão de carbono e metano.
5 – PMI composto do Reino Unido recua a 50,9 em agosto, diz S&P Global
O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto do Reino Unido, que engloba os setores industrial e de serviços, caiu de 52,1 em julho para 50,9 em agosto, atingindo o menor nível em 18 meses, segundo dados preliminares divulgados nesta terça-feira (23), 23, pela S&P Global em parceria com a CIPS.
Apesar da queda, a leitura acima de 50 indica que a atividade econômica britânica continua se expandindo neste mês. A prévia de agosto ficou ligeiramente abaixo da expectativa de analistas Wall Street Journal, que previam redução do PMI composto a 51.
Apenas o PMI de serviços do Reino Unido recuou marginalmente no mesmo período, de 52,6 para 52,5, tocando igualmente o menor patamar em 18 meses, mas superou o consenso do mercado, de 52.
Já o PMI industrial britânico diminuiu de 52,1 em julho para 46 em agosto, no menor nível em 27 meses e indicando contração na manufatura. Neste caso, a projeção era de queda a 51.
* Com informações da Reuters, Agência Brasil, Estadão e Bloomberg.
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