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Economia

Acordo UE-Mercosul ‘caminha lentamente’, diz embaixador

Europa exige que o Brasil oficialize formalmente compromisso com a área ambiental, contra o desmatamento e a favor do Acordo de Paris.

O acordo entre a União Europeia e o Mercosul “caminha lentamente”, disse nesta quarta-feira (3) o embaixador brasileiro na União Europeia, Marcos Galvão, durante uma live apresentada pelo ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues. Segundo o diplomata, a partir de 2019, após a assinatura do acordo, começou-se a fazer uma revisão dos seus termos.

“Havia a parte de cooperação e política, que foi concluída no ano passado”, citou Galvão. “Mas há algumas coisas que ficaram pendentes”. Entre elas, conforme o diplomata, está o fato de que a parte europeia exige claramente que o Brasil precisa reforçar seus compromissos, por meio de um documento de apoio e de esclarecimento, “com foco na área ambiental, de desmatamento e em relação ao Acordo de Paris”.

Segundo Galvão, o Brasil já sinalizou ao bloco europeu, “de todas as maneiras”, que está disposto a ter esse diálogo. “Agora aguardamos o lado europeu, os Estados-membros e a Comissão Europeia conversarem entre si e se entenderem quanto ao que nos querem propor como conteúdo desse documento que acompanharia o acordo na tramitação da ratificação.”

Para o diplomata, esse processo tem demorado mais do que devia, primeiro em função da pandemia de covid-19, além da contração da economia europeia. “Está prevista uma queda de 6% no PIB do bloco, ou seja, mais do que o recuo do nosso PIB, anunciado hoje (ontem, quarta-feira, que foi de -4,1%)”, citou. “Esta crise econômica cria um fator adicional (para o atraso)”. Outros motivos apontados por Galvão para a lentidão nas negociações do Acordo UE-Mercosul são as eleições na Alemanha este ano, e na França, no ano que vem.

Entretanto, ele assegurou que não há “nenhuma sinalização de que o acordo não vá avançar, ao mesmo tempo em que ninguém está falando em reabrir o acordo”. “Mas, sim, há uma discussão intensa em torno do que seria necessário como complemento político para a tramitação”, complementou. “Mas se está havendo demora, digo que a bola está no campo europeu neste momento; a proposta (do documento de compromisso) terá de partir deles, e não de nós.” Ele reconheceu, porém, que a questão ambiental é, de fato, um “breque no acordo”.

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