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Economia

Alemanha nacionaliza gigante do gás para evitar falta de energia

País decide nacionalizar a Uniper para tentar evitar colapso do setor energético.

A Alemanha decidiu nacionalizar a Uniper em uma medida histórica para resgatar a principal importadora de gás do país e evitar um colapso do setor de energia na maior economia da Europa.

O governo do Chanceler Olaf Scholz controlará cerca de 99% da concessionária sediada em Dusseldorf depois de injetar 8 bilhões de euros na empresa e comprar a participação majoritária detida pela finlandesa Fortum. O pacote final provavelmente chegará a dezenas de bilhões de euros, incluindo linhas de crédito para manter a empresa operando com os mercados de energia ainda em turbulência.

A Alemanha paga um preço alto por ter aumentado sua dependência da Rússia, que fornecia mais da metade do gás do país antes do presidente Vladimir Putin ordenar a invasão da Ucrânia. Scholz agora conduz uma reforma emergencial do setor, mas as implicações durarão por muitos anos.

“Ninguém quer fingir que está tudo bem”, disse o ministro da Economia Robert Habeck, em coletiva de imprensa em Berlim na quarta-feira. “Mas a determinação e disposição do governo de tomar decisões de longo alcance é uma garantia de que atravessaremos esse período da melhor forma.”

Unidade de Armazenamento de Gás Natural Uniper SE Bierwang em Muhldorf, Alemanha.

As ações da Uniper despencaram até 39% na quarta-feira (21), com seu valor de mercado caindo abaixo de 1 bilhão de euros. Livre dos riscos relacionados à concessionária alemã, as ações da Fortum tiveram um salto recorde de 20%.

A nacionalização da Uniper é o maior passo da Alemanha até agora para proteger o país de apagões e racionamento no inverno que se aproxima, e outros provavelmente se seguirão. O governo também está em negociações avançadas para assumir o controle da VNG e da Securing Energy for Europe, a antiga unidade alemã da russa Gazprom.

A Uniper está no epicentro da crise energética na Alemanha. Seus enormes contratos de gás com a Rússia expuseram a empresa aos movimentos do Kremlin para reduzir o fornecimento em retaliação às sanções. A concessionária acumulou 8,5 bilhões de euros em perdas relacionadas ao gás depois que os preços dispararam.

“O acordo de hoje dá clareza sobre a estrutura acionária, nos permite continuar nossos negócios e cumprir nosso papel como fornecedora de energia crítica para o sistema”, disse o CEO Klaus-Dieter Maubach na quarta-feira. “Isso garante o fornecimento de energia para empresas, concessionárias municipais e consumidores.”

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