“Algumas” autoridades do Federal Reserve pareciam prontas para começar a avaliar mudanças na política monetária dos Estados Unidos com base no rápido e contínuo progresso da recuperação econômica, de acordo com a ata da reunião de abril do banco central dos Estados Unidos, mas dados deste então já podem ter mudado esse cenário.
“Alguns participantes sugeriram que se a economia continuasse a fazer rápido progresso na direção das metas do Comitê poderia ser apropriado em algum ponto das próximas reuniões começar a discutir um plano para ajustar o ritmo de compras de ativos”, mostrou a ata, na referência mais explícita até agora a possíveis mudanças nas compras de títulos e nos juros baixos do Fed adotados para combate à crise.
Mas essa visão pode ter sofrido um golpe quando a criação de vagas de trabalho mostrou-se anêmica em abril. Embora a inflação tenha avançado, também uma preocupação citada na ata, a abertura de apenas 266 mil postos em abril forneceu pouco progresso adicional na direção dos esforços do Fed para fazer a economia retornar ao pleno emprego.
Autoridades do Fed prometeram manter sua política monetária ultrafrouxa, apostando que o salto inesperado dos preços ao consumidor no mês passado se deve a forças temporárias que vão diminuir sozinhas e que o mercado de trabalho dos EUA precisa de bem mais tempo para fazer as pessoas voltarem aos empregos.
Declarações de autoridades do Fed desde a reunião de 27 e 28 de abril indicaram que os dados de emprego de abril consolidaram a visão de que ainda é cedo demais para se discutir mudanças nas compras mensais de US$ 120 bilhões em títulos pelo Fed.
O debate sobre o aumento da taxa básica de juros ante o atual nível perto de zero está ainda mais distante.