BRASÍLIA (Reuters) – A balança comercial brasileira registrou superávit de 5,447 bilhões de dólares em fevereiro, maior saldo comercial para meses de fevereiro da série histórica do governo, iniciada em 1989, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgados nesta quarta-feira.
O desempenho, que representa uma alta de 111,8% na comparação com o saldo de fevereiro de 2023, foi explicado por uma alta de 16,3% no valor das exportações, a 23,538 bilhões de dólares, patamar também recorde para o mês, enquanto as importações registraram uma alta de 2,4%, a 18,091 bilhões de dólares.
Pesquisa da Reuters com economistas apontava expectativa de saldo positivo de 5,79 bilhões de dólares para a balança comercial no período, pouco acima do resultado observado. Em fevereiro de 2023, o país havia registrado superávit comercial de 2,6 bilhões de dólares.
Os dados do mês mostram que houve uma alta nos volumes exportados e importados pelo país na comparação com fevereiro de 2023, ao passo que o valor dos produtos comercializados caiu, com recuo médio mais forte no preço dos importados.
A alta nas exportações no mês passado foi impulsionada por um crescimento de 63,9% no valor dos embarques da indústria extrativa, com forte participação de petróleo e minério de ferro. Também houve avanço de 11,5% nas vendas ao exterior do setor agropecuário, com ganhos em soja e café, e de 5,0% da indústria de transformação.
Os dados da Secex mostraram ainda que o saldo comercial acumulado no primeiro bimestre foi de 11,942 bilhões de dólares, 145,9% maior que o observado no mesmo período de 2023 e também recorde para o período. O desempenho foi resultado de exportações de 50,506 bilhões de dólares e importações de 38,564 bilhões de dólares.
Em relação aos destinos, a China vem ampliando sua presença na pauta exportadora brasileira, atingindo uma participação de 29,6% dos embarques brasileiros no acumulado do ano, ante 23,7% no mesmo período do ano passado. A participação dos Estados Unidos subiu de 11,9% para 12,1%.
Por outro lado, houve redução da participação de União Europeia e América do Sul. Somente a Argentina, que vive uma grave crise financeira, registrou forte queda nas compras do Brasil, recuo de 28% no bimestre, passando a representar uma participação de 3,4% das exportações brasileiras no período.
(Por Bernardo Caram)
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