Em sua primeira reunião sob o comando de Gabriel Galípolo, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica de juros (Selic) em 1 ponto percentual nesta quarta-feira (29), levando-a a 13,25% ao ano. A decisão foi unânime e veio acompanhada da sinalização de novo aumento da mesma intensidade na próxima reunião, prevista para ocorrer entre os dias 18 e 19 de março.

O novo presidente do BC manteve o tom de vigilância presente nos comunicados anteriores. O comitê destacou a piora no cenário inflacionário, evidenciada pela elevação significativa das expectativas de inflação: as projeções para 2025 e 2026 subiram para 5,5% e 4,2%, respectivamente, segundo a pesquisa Focus.

O comunicado apontou três preocupações principais que justificam a continuidade do aperto monetário: o risco de desancoragem prolongada das expectativas de inflação, a resistência da inflação de serviços e o potencial impacto inflacionário das políticas econômicas internas e externas.

No cenário internacional, o Copom manteve a avaliação de que o ambiente segue desafiador, principalmente devido à conjuntura econômica nos Estados Unidos, que gera incertezas sobre o ritmo da desaceleração da inflação global e sobre as decisões do Federal Reserve.

No âmbito doméstico, o comitê destacou que os indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho seguem apresentando dinamismo, enquanto a inflação e suas medidas subjacentes permaneceram acima da meta, com elevação nas divulgações mais recentes.

A decisão do Copom reafirma o compromisso com a convergência da inflação para a meta, estabelecida em 4,0% para o terceiro trimestre de 2026, atual horizonte relevante da política monetária.