SÃO PAULO (Reuters) – O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta segunda-feira que a autarquia não pretende fazer operações de swap cambial de prazos muito longos no âmbito do novo programa de proteção cambial para investimentos sustentáveis do governo, mas sim que visará períodos de 12 a 18 meses.
Ele acrescentou que o BC não tem como objetivo controlar a volatilidade da moeda.
“O Banco Central não toma nenhum tipo de risco de crédito em derivativo cambial”, afirmou Campos Neto, durante entrevista coletiva ao lado de autoridades do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do governo brasileiro, em São Paulo. “O objetivo do instrumento é facilitar o hedge cambial no longo prazo.”
Campos Neto pontuou ainda que não existe operação sendo estudada que use reservas cambiais.
O programa Eco Invest Brasil, anunciado nesta segunda-feira pelo governo, vai oferecer proteção cambial para investimentos estrangeiros em projetos sustentáveis no país.
Campos Neto disse na coletiva que a questão ambiental também é importante para os formuladores de política monetária, já que eventos climáticos podem ter efeito na inflação.
“A questão ambiental é tema extremamente importante, é importante também para gente, que é formulador de política monetária”, disse. “No BC, tema ambiental já é importante há muito tempo”, acrescentou Campos Neto, citando efeitos de eventos como ondas de calor, geadas e secas sobre os preços de alimentos e energia, “com impactos relevantes na inflação, como vimos recentemente”.
(Por Fabrício de Castro e Luana Maria Be)
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