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Economia

BCE coloca corte de juros na agenda

Por Balazs Koranyi e Francesco Canepa

FRANKFURT (Reuters) – O Banco Central Europeu manteve os custos dos empréstimos em um pico recorde nesta quinta-feira conforme esperado, mas sinalizou que poderá cortar as taxas de juros em breve, mesmo com os investidores questionando cada vez mais se Federal Reserve seguirá o mesmo caminho.

O BCE tem mantidas as taxas de juros desde setembro, mas há muito tempo sinalizou que os cortes estavam próximos, com as autoridades aguardando mais alguns indicadores salariais reconfortantes para acompanhar os números benignos da inflação antes de puxar o gatilho.

“Se a avaliação atualizada do Conselho do BCE sobre as perspectivas de inflação, a dinâmica da inflação subjacente e a força da transmissão da política monetária aumentar ainda mais sua confiança de que a inflação está convergindo para a meta de forma sustentada, será apropriado reduzir o atual nível de restrição da política monetária”, disse o BCE.

O BCE disse que as informações recebidas confirmaram, de modo geral, sua avaliação anterior da inflação, enquanto o crescimento dos salários estava se moderando e as empresas estavam absorvendo mais dos aumentos dos custos de mão de obra por meio de suas margens de lucro.

No entanto, as pressões domésticas dos preços são fortes e estão mantendo a inflação de serviços elevada, disse o BCE em um comunicado.

A maior complicação poderá ocorrer se o Federal Reserve adiar seu próprio afrouxamento da política monetária após dados de inflação mais fortes do que o previsto. O banco central dos Estados Unidos geralmente define o tom dos mercados financeiros globais.

Mas mesmo isso apenas desaceleraria, e não impediria o BCE, dada a diferença cada vez maior de desempenho entre a economia dos EUA e a da zona do euro de 20 países, segundo economistas.

O bloco monetário está agora em seu sexto trimestre consecutivo de estagnação econômica e o mercado de trabalho está começando a afrouxar. A economia dos EUA, por outro lado, continua a crescer acima da tendência, seu mercado de trabalho permanece apertado e a inflação subiu mais do que o esperado no mês passado.

As autoridades do BCE apontam há tempos para um corte nas taxas de juros em junho, um pré-compromisso de fato, de acordo com os mercados financeiros, e voltar atrás prejudicaria a credibilidade do banco central.

Os mercados precificaram 75 pontos-base de cortes este ano, ou dois movimentos além de junho, que poderiam ocorrer em setembro e dezembro, quando o BCE também publicará novas projeções econômicas e de inflação.

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