O CEO da BlackRock, Larry Fink, disse que a situação da dívida pública nos EUA “é a mais urgente” de que ele se lembre e que o país precisa adotar políticas para estimular o crescimento econômico.
O país não pode contar com impostos e cortes de gastos para controlar o problema, escreveu Fink em sua carta anual nesta terça-feira. Ele levantou a perspectiva de um “cenário ruim” semelhante à economia do Japão no final da década de 1990 e início da década de 2000, que levou a um período de austeridade e estagnação.
“Um EUA altamente endividado também seria um país em que é muito mais difícil combater a inflação, já que o banco central não poderia subir os juros sem aumentar dramaticamente a conta de serviço da dívida, que já está insustentável”, disse Fink, de 71 anos.
O custo do serviço da dívida já disparou, e os 3 pontos percentuais a mais em juros que o governo dos EUA agora tem de pagar sobre títulos do Tesouro americano de 10 anos, em comparação com há três anos, são “muito perigosos”, escreveu ele.
“Mais líderes deveriam prestar atenção à bola de neve da dívida dos EUA”, escreveu Fink, acrescentando que o governo não pode presumir que os investidores continuarão querendo comprar a mesma quantidade de dívida americana. Os países estrangeiros estão expandindo seus próprios mercados de capitais e provavelmente investirão internamente, disse ele.
“Uma crise da dívida é inevitável? Não”, escreveu ele, apelando para que os mercados de capitais ajudem a impulsionar a economia através de investimentos em infraestrutura, especialmente na indústria energética.
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