Os testes para uma futura importação de energia da Venezuela pelo Brasil foram iniciados na manhã desta segunda-feira, de acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que acompanha os procedimentos pelo lado brasileiro.
O ONS estima a possibilidade de importação de até 15 MW a um valor de R$ 1.096,11 por Megawatt-hora, após a comercializadora Bolt Energy obter autorização do governo brasileiro para realizar a importação.
A expectativa é de uma economia de até R$ 500 mil por dia com a importação, já que a energia venezuelana sairá mais barata do que geração térmica que supre o Estado de Roraima.
Os testes, realizados pelos agentes envolvidos, ocorrem na linha de transmissão de 230 kV Boa Vista – Santa Elena de Uiarén. A avaliação deve durar 96 horas.
O objetivo é testar as condições da linha de transmissão, que ficou anos parada desde que a importação de energia da Venezuela pelo Brasil foi interrompida em 2019, em meio a uma piora das relações bilaterais entre os países durante o governo Jair Bolsonaro.
Essas avaliações são apontadas como necessárias para eventual importação de energia venezuelana, um plano que o governo Lula tenta viabilizar há mais de um ano para melhorar o suprimento energético a Roraima e reduzir custos aos consumidores.
Roraima é único Estado que está fora do sistema interligado nacional. Com isso, depende de geração termelétrica local, com combustível subsidiado pela Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), um dos principais encargos cobrados na conta de luz, com custos bilionários.
Estimativas iniciais do ONS indicam que a economia poderia chegar até R$ 500 mil por dia com a importação de até 15 MW do sistema venezuelano.
“Considerando também os efeitos dessa operação na substituição de usinas mais caras, no montante da reserva operativa e no controle de frequência”, disse o ONS à Reuters.
A possibilidade de importação de energia da Venezuela foi aprovada pelo Comitê de Monitoramento do Sistema Elétrico (CMSE) na semana passada.
Os testes iniciados nesta segunda-feira (13) na linha de transmissão são de integração e de verificação das condições efetivas de desempenho dessa interconexão, segundo o operador do sistema.
O ONS vai avaliar após os testes de 96 horas o desempenho apresentado por esta interligação. Se resultado for positivo, importação comercial poderá se viabilizar.
A autorização para a importação ainda precisará ser aprovada pela da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), conforme rito legal, apontou o Ministério de Minas e Energia, em nota na semana passada.